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Mobilização no Dia Mundial de Luta Contra a AIDS

Inês Campelo / 01/12/2017

Seguindo a agenda do Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, a Articulação AIDS PE mobilizou na manhã desta sexta-feira ONGs, redes e ativistas em ato realizado em frente ao Palácio do Campo das Princesas para cobrar do Governo do Estado respeito e tratamento digno, políticas públicas e prestação de contas das verbas destinadas ao tratamento das pessoas que vivem com HIV em Pernambuco.

A pauta de reivindicações abrangia temas como a distribuição eficiente das medicações, ampliação do número de leitos nos hospitais de referência, melhor oferta de centro de testagens, regularização dos serviços laboratoriais básicos, planejamento da distribuição de preservativos e gel nas unidades de saúde entre outras.

Para José Cândido da Silva, representante estadual da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com AIDS, a importância de estar na rua em um dia tão simbólico é mostrar à sociedade as condições em que as pessoas que vivem com HIV são submetidas em Pernambuco. “As dificuldades começam pelas sucessivas faltas de medicamentos. Toda medicação é paga pelo Governo Federal. Cabe ao Estado distribuir e esta semana, por exemplo, estão faltando no Hospital Correia Picanço, uma das maiores referências do estado em infectologia, duas drogas importantes para o tratamento dessas pessoas, que são o raltegravir e darunavir. Além disso, ainda nos deparamos com a falta de assistência e remédios para tratar doenças oportunistas, situações que podem levar as pessoas com HIV à morte. Lembrando ainda que a tuberculose tem massacrado esse público”, ressalta.

Ainda de acordo com os representantes das ONGs participantes, pouco mais de 2 mil pessoas foram infectadas pelo HIV no último ano no estado. “O crescimento no número de pessoas contaminadas aumentou demais em 2017. A média é de uma pessoa diagnosticada a cada 6 horas. Muitos jovens estão nessa estatística e a Secretaria de Saúde permanece sem implementar o Plano Estadual de Prevenção para Pessoas Jovens”, enfatiza Jair Brandão da ONG Gestos.

Brandão fez a leitura da carta entregue a Danilo Moraes, representante da Casa Civil do Governo do Estado, que ficou encarregado de repassar as demandas ao governador Paulo Câmara, e lembrou ainda o descaso da distribuição de medicamentos vencidos em fevereiro deste ano, deixando claro que Pernambuco é destaque nacional no número de casos e que a briga por saúde é um direito, não é privilégio nem favor do estado.

AUTOR
Foto Inês Campelo
Inês Campelo

Formada em Jornalismo pela Unicap. Apaixonada pela fotografia, campo que atua profissionalmente desde 1999. Atualmente é freelancer e editora de imagens do Marco Zero.