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Federação no azul x clubes no vermelho

Inácio França / 18/04/2019

No domingo, o Sport pode manter o tabu confirmando a vantagem que abriu no primeiro jogo ou o Náutico mostre a capacidade de reação que vem marcando seu início de temporada. Uma coisa, porém, é certa: fora de campo, os dois times já foram derrotados. Assim como os demais oito clubes que participaram da competição, suas finanças perderam de goleada. Só a Federação Pernambucana de Futebol ganhou.

Mesmo promovendo um campeonato cada vez mais deficitário, a FPF-PE acumula seis anos consecutivos de superávits, conforme o balanço publicado hoje, o que foi registrado pelo jornalista Cássio Zirpoli em seu blog especializado em números e estatísticas. A palavra “lucro” facilitaria a compreensão, mas como federações de futebol não são empresas, seria tecnicamente incorreta.

Os balanços financeiros da FPF-PE contrastam com os balanços dos seus associados. A saúde financeira de uma contrasta com as dificuldades dos outros em manter os salários em dia.

As dificuldades no futebol de Pernambuco não se restringem a um campeonato estadual que sequer tem premiação em dinheiro, disputado para arquibancadas vazias, custeado pela cota de TV da Rede Globo, que paga aos 10 clubes locais – R$ 1 milhão bruto para os três da capital e R$ 90 mil aos outros sete participantes – menos do que repassa ao Bangu ou ao Cabofriense para que participem do campeonato carioca, por exemplo. Durante todo o ano, os clubes pernambucanos ainda pagam algumas das taxas administrativas mais caras do País – e, seguramente, as mais altas entre todos os estados da região. E isso tudo sem que nenhum deles participe da série A, o que não acontecia desde 2011.

 

As taxas

O levantamento realizado pela Marco Zero considerou as taxas dos serviços mais utilizadas pelos clubes ao longo da temporada: registro dos atletas recém-contratados, prorrogação de contrato de jogadores e rescisão contratual.

Como poucas federações disponibilizam a tabela de taxas em seus respectivos sites, a Marco Zero obteve as informações por telefone junto às assessorias de Imprensa ou diretamente com os departamentos de registro ou financeiro das federações.

Os valores cobrados variam bastante de estado para estado.

 

  • Registro

Apenas as federações de Pernambuco, Acre e Minas Gerais estabelecem uma relação entre os salários dos contratos e os valores para validá-los. No entanto, destacam-se os preços da FPF-PE, divididos em seis patamares: R$ 378,00, R$ 567,00, R$ 945,00, R$ 3.045,00, R$ 5.985,00 e R$ 8.400,00. No caso do Acre, o piso é de R$ 110,00 e o teto chega a R$ 8.800,00 para contratos acima de 50 salários mínimos, faixa inatingível para o futebol acreano. A federação mineira cobra um teto de R$ 2.250,00 para registrar os atletas mais bem remunerados.

Dezessete federações impõem preços únicos. As maiores são as taxas da Federação Paulista de Futebol: R$ 550,00. No Pará, um registro sai por apenas R$ 25,00. As federações do Amazonas, Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso não cobram para registrar contratos.

Em Pernambuco, a Marco Zero Conteúdo teve acesso a alguns valores de contratos válidos de jogadores do Náutico e do Santa Cruz. O Sport não liberou informações por entender que se trata de “números confidenciais do clube” e que não poderiam ser repassados “mesmo sem especificar o nome do jogador”, como fizeram alvirrubros e tricolores.

No exemplo fornecido pelo departamento de Futebol do Náutico, o contrato de um jogador com salário de 30.000,00, cuja taxa de regularização junto à CBF foi R$ 3.850,00, custou para regularizar na FPF-PE R$ 5.985,00. Outro contrato, de salário no valor de R$ 6.000,00, custou R$ 750,00 para registrar na entidade e ;R$ 945,00 na federação local.

A diretoria de futebol do Santa Cruz também usou como exemplo contratos de dois jogadores. Um deles, com salário de R$ 9 mil teve o valor da regularização junto à CBF em R$ 700,00, enquanto a FPF-PE cobrou 945,00. Outro contrato, com salário de R$ 3.500,00, foi validado na CBF por R$ 700,00. Na FPF-PE, o valor foi menor: R$ 567,00.

O primeiro balanço de 2018 publicado por um clube pernambucano evidencia o quanto essas taxas estão distantes da realidade local: o Centro Limoeirense, da segunda divisão estadual, informou oficialmente que gastou R$ 24 mil com salários e R$ 31 mil com os procedimentos para regularizar seu elenco.REGISTROgraficos_federacoesFutebol__02

  • Prorrogação e rescisão

Só a Federação Pernambucana de Futebol faz um escalonamento para validar a simples prorrogação de um contrato ou para formalizar a rescisão quando o clube demite um atleta. Para a prorrogação, são dois casos: R$ 210,00 quando não há alteração salarial e R$ 315,00 quando o salário mudar para mais ou para menos. Como no caso do registro, a classificação dos valores para rescisão contratual acompanha a faixa salarial do jogador dispensado: nos casos até dois salários mínimos, o valor é R$ 189,00. Para as outras cinco faixas, a tabela estabelece os seguintes preços: R$ 284,00, R$ 473,00, R$ 1.523,00, R$ 2.993,00 e R$ 4.200,00

Em seis estados não há cobrança por esses serviços (Acre, Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Pará).

A regularização de um contrato prorrogado sai mais caro em São Paulo (R$ 550,00), Mato Grosso do Sul (R$ 500,00) e Rio Grande do Sul (R$ 400,00). Os preços mais altos para registrar uma demissão são praticados pelas federações paulista (R$ 260,00) e carioca (R$ 250,00)

Os documentos apresentados pelos clubes locais dão ideia do peso dessas taxas para gerir um elenco de atletas profissionais:

No Santa Cruz, a renovação do contrato de um atleta coral que, no início de janeiro, teve seu salário aumentado de R$ 1.500 para R$ 3.500, custou R$ 315,00 na FPF-PE e R$ 200,00 na CBF.

Para validar a rescisão de um contrato de um jogador que recebia R$ 1.500,00, o Náutico pagou R$ 55,00 à CBF e R$ 189,00 para a FPF-PE. Já para a rescisão de um contrato de salário de R$ 5.000,00 o valor para a CBF foram os mesmos R$ 55,00, enquanto que o boleto gerado pela FPF-PE foi de R$ 473,00.

As federações de Amapá, Rondônia e Roraima não forneceram as informações solicitadas nem disponibilizam suas respectivas tabelas no site.

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Percentual sobre a renda bruta

A cada partida de futebol profissional disputada no País em que há cobrança de ingressos, um percentual da renda bruta é destinado à federação do estado onde o jogo é disputado. Como o desconto se dá no total arrecadado, uma coisa é certa: não há risco da federação ficar sem receber ao menos alguns reais.

Até 2012, a FPF-PE recebia 6% de todo ingresso vendido para jogos realizados em Pernambuco. Então, usando mão do poder de sua caneta e sem consultar nenhum dos clubes associados, no dia 19 de novembro de 2012, o presidente Evandro Carvalho aumentou esse percentual para 8%. Isso sem considerar 6% que a Federação recolhe de todas as cotas e premiações de televisão recebidas por todos os clubes do estado.

Na época, o episódio foi relatado pelo jornalista e blogueiro Cássio Zirpoli, que reproduziu uma fala de Carvalho mencionanodo um percentual ainda mais elevado: “A proposta era de um reajuste de 10%, mas achamos que vai dar para trabalhar com os 8%. Se não der, a gente faz o reajuste no outro ano. Nos outros estados, a taxa é de 10%. Somos o que recebe menos”.

Não é bem assim. A Federação Pernambucana está longe de ser a entidade estadual a receber menos das rendas dos jogos.

Sete federações realmente impõem aos seus filiados o repasse de 10% das rendas brutas de cada jogo. No entanto, duas delas (Goiás e Tocantins) oferecem compensações por cobrar esse percentual elevado: a federação goiana assume todos os custos referentes à remuneração do quarteto de arbitragem e do representante da própria entidade, além de, como visto acima, não cobrar taxas administrativas. Em Tocantins, os clubes também não pagam pela arbitragem.

Em Alagoas, Ceará e Espírito Santo támbém se repassa 8% da renda, mas os clubes alagoanos só pagam os custos do deslocamento dos árbitros, bandeirinhas e delegado da partida. A federação maranhense pratica uma taxa um pouco menor: 7,5%. É a única que trabalha com esse percentual.

Em 11 estados, a taxa é de 5%, sendo que em três deles (Paraíba, Piauí e São Paulo), os clubes mandantes também não precisam arcar com os custos da arbitragem. No Rio Grande do Sul, Grêmio e Internacional repassam 10% de suas rendas, enquanto que os clubes do interior arcam com apenas 5%. No Rio de Janeiro, o percentual varia de zero a 9,45%, dependendo do peso do time mandante e da importância do jogo. O maior percentual é destinado aos grandes clássicos.

 

Léo Lemos/Náutico

América preferiu jogar de portões fechados do que arcar com os custos da Arena (Foto: Léo Lemos/CNC)

Em Pernambuco, o aumento do percentual da FPF-PE não veio acompanhado de quaisquer benefício. Além de ter de retirar da sua própria fatia da renda a remuneração do árbitro e até do representante da federação em cada partida, os clubes não recebem ajuda de custo para passagens e hospedagem.

Das 45 partidas da primeira fase do campeonato estadual de 2019, 16 geraram renda negativa para os clubes mandantes, ou seja, esses times pagaram para jogar. Todas as partidas do Salgueiro em seu estádio, o Cornélio de Barros, deram prejuízo. O time arcou com quase R$ 13.500,00 de saldo negativo. Mesmo assim, teve de repassar para a federação R$ 1.989,00.

Ao todo, a Federação arrecadou durante os três meses que durou a primeira fase, livres de despesas, R$ 127.730,24. O clube que mais arrecadou no mesmo período foi o Sport (R$ 213.054,66), porém sua folha de pagamento mensal é, pelo menos, cinco vezes maior. Ao todo, os 10 clubes participantes dividiram uma receita líquida de R$ 747.385,37, gerada em 45 partidas.

 

Custos com arbitragem

Cada federação estadual tem sua própria tabela de vencimentos para os juízes, bandeirinhas e árbitros reservas que atuam a cada partida. As tabelas consideram experiência do árbitro, qualificação nos cursos da CBF e, em alguns casos, importância da partida, quando um jogo de semifinal rende mais a um árbitro do que uma partida de início de campeonato. É comum os jogos dos times de maior tradição serem apitados por juízes de maior experiência, ou seja, com direito a rendimentos maiores.

Para efeitos de comparação, a Marco Zero Conteúdo analisou os borderôs (boletins com o detalhamento do resultado financeiro de cada partida) de todos os jogos das primeiras fases dos campeonatos estaduais ainda em andamento e calculou a média do que é pago às equipes de arbitragem, sem contar, neste caso, os valores destinados aos delegados da própria federação.

O objetivo foi identificar quanto os clubes realmente pagam, afinal muitas vezes é a federação que assume esses gastos, como é o caso de seis estados.

Rio de janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina são os estados onde os clubes mais gastam com arbritragem no País, apesar do futebol carioca ter uma peculiaridade: nas partidas dos clubes de menor expressão não há esse gasto, pois foi criado um mecanismo em que os jogos dos quatro grandes times da capital acabam subsidiando o gasto com esse item.

No Nordeste, em nenhum outro estado os clubes de futebol gastam tanto com arbitragem quanto em Pernambuco e na Bahia.

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“Nunca os clubes lucraram tanto”

Em entrevista via whatsapp, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, assegura que a informação relativa aos valores das taxas é “equivocada”.

Segundo ele, “se observadas linearmente, a primeira impressão é que Pernambuco cobra taxas acima da média, mas não é verdadeiro. Nós fazemos um escalonamento, onde os clubes que pagam salários mais avantajados arcam com taxas maiores, enquanto os clubes menores, que pagam salários menos avantajados, arcam com taxas menores, portanto é um programa de equalização e valoração para permitir que os clubes que tenham menos recursos, tenham menores despesas”.

Evandro Carvalho também não vê empobrecimento dos clubes pernambucanos. E ele é taxativo: “Essa afirmação é absolutamente fora da realidade. Os clubes pernambucanos nunca lucraram tanto, nunca tiveram a capacidade de movimentar tantos recursos como nos últimos nove anos, período de minha gestão. O Sport, por exemplo, até 10 anos atrás nunca havia movimentado valor maior do que R$ 30 milhões. Passou a movimentar R$ 120 milhões. Em 30 ou 40 anos, os clubes não arrecadaram tanto por meio de participação em competições nacionais. Não procede a informação do empobrecimento dos clubes, afora o crescimento patrimonial. O Sport construiu o melhor centro de treinamento do Norte-Nordeste, o Náutico também tem um CT que está entre os melhores da região e o Santa Cruz, finalmente, adquiriu o terreno para seu CT numa área bastante valorizada”.

Para o presidente, seria necessário apoio do poder público, leia-se do governo estadual, para que os clubes voltem a ter melhores condições de disputar o campeonato estadual, assim como acontece em vários outros estados nordestinos, a exemplo da Paraíba, Bahia e até Sergipe.

 

Federações estaduais em xeque

Uma voz em favor da redução do poder das federações estaduais e do fim dos campeonatos estaduais é surpreendente. É a voz de Fred Oliveira, ex-presidente da FPF-PE entre 1985 e 1995, e irmão de Carlos Alberto Oliveira, o antecessor de Evandro Carvalho, morto em agosto de 2011. Ou seja, o representante de uma família que permaneceu 26 anos à frente do futebol de Pernambuco.

“Eu não sou doido pra ter ideia fixa. É verdade que eu eu agi como os dirigentes atuais agem, mas os tempos eram outros. O futebol mudou muito e muito rápido. O campeonato estadual, por exemplo, já não tem cabimento, não se financia, então criam um torneio cuja tabela só tem duas ou três partidas que valem alguma coisa. Pra quê insistir numa competição sem data, sem renda e sem apelo?”, questiona Fred, que já não vê lugar para uma federação com tanta infraestrutura e tanto poder de interferir.

As tais transformações no universo do futebol, conforme o entendimento de Fred, reproduzem também a nível nacional e intrarregional o desequilíbrio que passou a existir entre a Europa e a América do Sul. “A concentração de dinheiro também passou a se dar em São Paulo e na CBF, que arrecada muito e não repassa. Passamos a ter salários de primeiro mundo, pois estamos dentro desse mercado, mas em condições de desigualdade, pois nosso financiamento continua de terceiro mundo”. Em sua opinião, as taxas exorbitantes cobradas pela FPF-PE resultam dessa necessidade de compensar as perdas e tentar manter a mesma estrutura e poder sobre os filiados.

  • Crítica e autocrítica de um alvirrubro

O poder da entidade é percebido pelos dirigentes dos clubes muito antes da bola rolar a cada início de temporada. O ex-vice-presidente do Náutico, Toninho Monteiro, viveu isso na pele.

“Você começa a montar o time ainda em dezembro, mas precisa de dinheiro vivo para deixar os jogadores em condições de jogo. Como a Globo não adianta cotas e os patrocínios ainda não estão fechados, tem de pedir favor para a Federação acatar os contratos sem pagamento de taxas. Muitas vezes, a própria FPF-PE paga as taxas junto à CBF. Assim, o clube começa o ano como devedor. Ou refém”, critica Toninho.

Afastado do futebol “para sempre”, Toninho não responsabiliza apenas a entidade estadual: “Os clubes não se unem, não tomam decisões conjuntas, não apresentam projetos que lhes interessem. Evandro não é o culpado, pegou o pacote feito, mas se ele quer fazer bem ao futebol poderia fazê-lo facilitando a mudanças das regras desse jogo”.

  • Tricolor aponta outros vilões

Com posições mais cautelosas, o ex-presidente do Santa Cruz Antônio Luiz Neto acredita que o nó está naquilo que ele vê como uma tentativa do futebol brasileiro querer copiar o futebol europeu. “Há uma tentativa desesperada de adaptar-se e concorrer com a Europa sem ter a estrutura que existe lá. Os clubes do Rio e São Paulo passaram a gastar em euro, mas continuam arrecadando em reais, daí estarem todos tão endividados. O fardo dessa imitação arranca dos clubes a possibilidade de financiamento dentro de sua realidade”.

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Torneios regionais copiam cerimônias e estética das ligas europeias (Foto: Léo Lemos/CNC)

Poupando a FPF-PE, Antônio Luiz direciona suas críticas à entidade nacional. “A CBF financia sua excelência tirando dos clubes”.

Mesmo assim, ele acredita que o maior algoz está longe dos holofotes: “O fim da lei do passe acertou em extinguir o domínio do clube sobre a vida do jogador. A respeito disso não há o que discutir, mas deixou clubes e atletas reféns de empresários que não gastam um centavo para formar um atleta, não correm riscos algum e ganham mais dinheiro do que os principais atores do futebol”.

  • Interior sofre dentro e fora de campo

No interior de Pernambuco, o fim da competição nem passa pela cabeça dos dirigentes de clubes. Mesmo assim, as queixas são muitas. Basta alguns minutos de conversa com José Guilherme, atual presidente do Salgueiro, o time que mais viajou e mais tomou prejuízo no campeonato deste ano:

“Quem faz futebol é doido ou abnegado. Eu sou os dois”.

Além das tradicionais reclamações contra erros de arbitragem que atingem os times do interior, Guilherme também sente-se acuado pelos clubes da capital: “Sport, Santa e Náutico fazem em Pernambuco o que Corinthians e Flamengo fazem com eles. Eles negociam cota de R$ 2 milhões (a cifra, segundo os dirigentes da capital, é fantasiosa) enquanto os outros tem de se virar com R$ 90 mil.”

Por temer represálias (ou por terem reconduzido a diretoria da FPF-PE por unanimidade no final do ano passado), os atuais dirigentes de clubes preferiram não conceder entrevistas. Por essa razão, a Marco Zero Conteúdo procurou pessoas que já estiveram à frente dos times locais. No caso dos representantes do Sport Clube do Recife, João Humberto Martorelli pediu para não ser incluído, pois “o futebol já não faz parte dos seus pensamentos e da sua vida”. Arnaldo Barros não respondeu às tentativas de contato do repórter.

 

 

 

 

AUTOR
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Inácio França

Jornalista e escritor. É o diretor de Conteúdo da MZ.