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Negociações evitam reintegração de posse na Faculdade de Direito

Samarone Lima / 15/11/2016

Uma reunião tensa, que começou no final da manhã de ontem (14 de Novembro) na reitoria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e só terminou ao entardecer, definiu os rumos da ocupação do prédio da Faculdade de Direito do Recife.

Os ocupantes da Faculdade fizeram uma lista com nove reivindicações. Dessas, quatro foram aprovadas.

Ao final da tarde, parte da comissão que participou da reunião na Reitoria foi ao prédio da Faculdade levar as informações aos estudantes. Os jovens iniciaram uma assembleia, que entrou pela noite.

A decisão final do movimento de ocupação é a de liberar o prédio na próxima sexta-feira (18), após oito dias de intensas (e tensas) mobilizações.

Veja os pontos acordados:

  1. A UFPE vai abonar as faltas dos alunos durante todo o período da ocupação. Esta decisão será válida para todo o Campus Universitário;

  2. Nenhum aluno vai ser criminalizado ou sofrer processo administrativo-disciplinar pela UFPE, em nenhuma das unidades ocupadas – durante todo o processo de ocupação. Mas estudantes ainda vão tentar ampliar este ponto para que outros processos, fruto de outras manifestações, também sejam arquivados;

  3. Foi criada uma ponte de diálogo com o Ministério Público Federal sobre as representações criminais das ocupações e de manifestações anteriores.

  4. Foi incluída na pauta do próximo Conselho Universitário, marcado para sexta-feira, discussão sobre o corte de salários dos professores e servidores grevistas – com direito a representação estudantil.

Além disso, a reitoria se prontificou em criar uma Comissão de Diálogo com as ocupações, em caráter permanente.

Depois de assinado, o acordo será enviado pela Defensoria Pública para a Advocacia Geral da União, onde será homologado.

AUTOR
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Samarone Lima

Samarone Lima, jornalista e escritor, publicou livros-reportagens e de poesia, entre eles "O aquário desenterrado" (2013), Prêmio Alphonsus de Guimarães da Fundação Biblioteca Nacional e da Bienal do Livro de Brasília, em 2014. Em 2023, seu primeiro livro, "Zé", foi adaptado para o cinema.