Boca Fechada: quando a morte cala os comunicadores

Imagem: divulgação filme Boca Fechada

O único levantamento sobre violência contra jornalistas e radialistas no Brasil foi feito pelo Conselho Nacional do Ministério Público: 64 comunicadores foram assassinados entre 1995 e 2018.

Imagem: divulgação filme Boca Fechada

O documentário Boca fechada conta as histórias de três desses crimes, todos ocorridos em pequenas cidades do interior do Ceará, Pará e Pernambuco.

Imagem: divulgação filme Boca Fechada

Os cineastas Aquiles Lopes e Marcelo Lordello ouviram esposas, filhos, irmãos, colegas de trabalho e amigos de Israel Silva, Jairo Souza e Gleydson Carvalho. Todos eles foram executados a tiros.

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Além da forma como morreram, os três têm outros pontos em comum: eram radialistas, atuavam em rádios de pouca estrutura e denunciavam crimes de políticos e empresários das suas cidades.

Imagem: divulgação filme Boca Fechada

A impunidade é outro aspecto coincidente não apenas nos três homicídios abordados no filme, mas na maioria dos 64 crimes mapeados pelo CNMP.

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Um dos diretores e roteiristas, Aquiles Lopes, ressalta que “dos três casos tratados no documentário, apenas um deles teve os criminosos identificados, presos e julgados.”

Imagem: divulgação filme Boca Fechada

Israel Silva foi assassinado no centro de Lagoa Itaenga, zona da mata de Pernambuco, depois de receber várias ameaças. Suas denúncias eram dirigidas ao então prefeito Lamartine Mendes.

Jairo Souza morreu ao chegar na rádio Pérola, em Bragança, no nordeste do Pará. Os pistoleiros foram presos, mas o mandante, o vereador César Monteiro, conseguiu habeas corpus e continua solto.

A morte de Gleydson Carvalho teve repercussão internacional: ele foi executado enquanto fazia o programa que comandava na rádio Liberdade, em Camocim, no litoral cearense.

Este crime foi o único a ser julgado: o pistoleiro Thiago Lemos da Silva, cumpre pena de 27 anos de reclusão. Duas mulheres foram condenadas por ajudarem o matador.

Imagem: divulgação filme Boca Fechada

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