por Giovanna Carneiro
A extinção da Vila Esperança foi determinada em maio de 2021 pelo prefeito do Recife, João Campos, quando foi assinado o decreto nº 34.603, desapropriando toda a área ocupada pela Vila.
Imagem: Arnaldo Sete/MZ
No lugar das ruas tranquilas, onde a comunidade está desde o final da década de 1970, a Prefeitura vai construir uma ponte sobre o rio Capibaribe ligando as zonas norte e oeste da cidade.
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Pela lei municipal que cria as Zonas Especiais de Interesse Social no Recife, o território só pode ser usado para fins residenciais. Por isso, os moradores reagem e a comunidade recusa-se a desaparecer.
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Patrícia Fernandes mora na Vila há mais de 30 anos. Lágrimas de dor e raiva enchem seus olhos quando ela pensa na mudança que a Prefeitura quer fazer em sua vida:
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“Querem colocar a gente em um lugar estranho. E os sentimentos da gente? Nossos filhos nasceram e se criaram aqui, são muitos anos de convivência, de amizade, de afeto, a gente sente a dor do outro”.
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Ela resume a inexistência de política habitacional do Recife: “Com o dinheiro que oferecem só dá pra comprar casa em cima de barreira. E o que vai acontecer? A gente vai morrer quando a barreira cair”.
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Aos 64 anos, Raquel Dalzy está cansada de lutar contra o poder de intimidação dos gestores municipais: “Eles não dizem diretamente, mas é como se dissessem que, se a gente não sair, o trator passa por cima”.
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Para Raquel, sair da sua casa e procurar um outro lugar para viver é desgastante demais para alguém na sua idade. “Eu gosto da minha casa, eu não queria ir pra canto nenhum por dinheiro nenhum”.
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Por tudo isso, ao menos uma vez por mês dezenas de moradores protestam queimando pneus para bloquear, por pelo menos uma hora, a 17 de Agosto, uma das avenidas mais valorizadas da capital de Pernambuco.
Imagem: Globocop/Globo
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