“Uma pessoa que chega nas redes sociais pra dizer que meus votos foram só de lacração, nem sequer me conhece, é uma pessoa que não sabe da minha história de luta, da minha história de resistência e não conhece meu projeto político”. Foi assim que a codeputada estadual e advogada trans Robeyoncé Lima (PSOL), que teve 80.732 votos para deputada federal e não foi eleita, rompeu o silêncio em relação à provocação feita pela também candidata Liana Cirne (PT).

Logo após o primeiro turno, a petista comentou que o eleitorado de esquerda votar na lacração e não no conteúdo, pois teve pouco mais de 57 mil votos e ficou com a primeira suplência da federação partidária PT/PCdoB/PV. O mau estar provocado pelas postagens de Liana, acabou repercutindo bem mais do que as queixas originais da vereadora petista. Até a gravação do episódio 10 do Arrumadinho, o poscast de opinião e análise da Marco Zero, Robeyoncé havia evitado polemizar.

Sem mencionar o nome de Liana ou o PT, ela disse que “no limiar, posso até dizer que foi uma conduta transfóbica” e que “entrou em contato com o partido dessa pessoa cobrando providências”.

Quem também participou do Arrumadinho foi a vereadora e poeta Cida Pedrosa (PCdoB), candidata a deputada estadual não eleita, com pouco mais de 10 mil votos. Sem entrar diretamente no imbróglio entre as duas, ela enfatizou a necessidade de maior diversidade da representação social no parlamento: “Eu não aceito que digam que o povo não sabe votar, eu não aceito que digam que o voto na esquerda foi por lacração, a pessoa escolhe seu voto a partir das condições dadas. No caso de Robeyoncé, foi a partir da necessidade de que as casas legislativas não podem ter só homens brancos, cis e ricos”.

O podcast Arrumadinho pode ser ouvido nas plataformas Spotify, Google Cast e Apple Podcasts. E agora disponível também em formato de videocast, no canal do Youtube da Marco Zero Conteúdo.

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