A última umbandista do quilombo Teixeira

Por Géssica Amorim

Foto: Géssica Amorim/MZ

300 famílias vivem na comunidade quilombola Teixeira, zona rural do município de Betânia, a 394 quilômetros do Recife, capital de Pernambuco.

Foto: Prefeitura de Betânia

Até a segunda metade do século XX, a maior parte dos moradores eram praticantes de religiões de origem africana, como o candomblé ou a umbanda.

Foto: Géssica Amorim/MZ

Hoje, quase todas as famílias são evangélicas. Entre os poucos habitantes que não aderiram ao pentecostalismo, vive a agricultora aposentada Francisca Maria dos Santos, de 71 anos.

Foto: Géssica Amorim/MZ

Francisca é da umbanda e, isolada, ela pratica sua religião com o auxílio de outros dois amigos que vêm de outra comunidade para ajudá-la nos ritos e orações.

Foto: Géssica Amorim/MZ

Os rituais acontecem quase em segredo, nos limites de um quarto junto à cozinha da casa onde mora com a mãe, seus filhos e seus netos. A pressão dos vizinhos evangélicos é grande.

Foto: Géssica Amorim/MZ

Atualmente, no território do povoado, há templos de três igrejas neopentecostais: a Adventista de Madureira, Assembleia de Deus, e a Mundial do Poder de Deus.

Foto: Isac Nóbrega/PR

Dona Francisca chama a sua prática religiosa de “obrigação”. E essa obrigação teve início quando ela ainda era muito nova, antes do seu primeiro aniversário.

Foto: Géssica Amorim/MZ

“Eu tinha 3 meses de vida na primeira vez que um espírito baixou e falou em mim. Aí veio um vendaval dentro de casa, derrubou tudo, arrastou as coisas. Ficou tudo revirado”, ela conta.

Foto: Géssica Amorim/MZ

Mas ela está cansada de tanto isolamento: sem forças para continuar com os rituais de sua fé. Os evangélicos não param de ir à sua casa para tentar convertê-la. Até seus filhos mudaram de religião.

Foto: Géssica Amorim/MZ

Ela não entende o porquê de tanta pressão: “Eu não faço mal a ninguém. E essa obrigação que eu faço, é de muita responsabilidade, de muita energia, eu ando muito cansada”.

Foto: Géssica Amorim/MZ

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