Conivência do poder público e impunidade estimulam ataques aos terreiros de candomblé

Foto: Gilmara Santana

O ano começou em chamas para os ialorixás do Terreiro das Salinas, no litoral sul de Pernambuco. No dia 1o de janeiro de 2022, um incêndio destruiu completamente a casa onde funcionava o espaço sagrado.

Foto: Gilmara Santana

O forte odor de combustível sinalizava que o incêndio poderia ter sido criminoso. Porém, 8 meses depois, a Polícia Civil não fornece nenhuma resposta ou informação sobre o andamento das investigações. eleitor”.

Foto: Gilmara Santana

O babalorixá Lívio Martins disse que alguns integrantes do terreiro foram ouvidos pelo delegado responsável pelo caso, mas a Polícia pediu mais 90 dias para apresentar as conclusões do inquérito.

Foto: Gilmara Santana

“Segue a impunidade, segue um sentimento de descaso e o entendimento de que nós, povos negros de terreiro, estamos de fato desamparados pelas políticas públicas”, desabafou o babalorixá.

Foto: Gilmara Santana

Martins não sabe quando o terreiro da tradição Jeje-Nagô abrirá novamente. “O espaço está sendo reconstruído aos poucos, mas ainda estamos com muito medo. O estrago, além de material, foi psicológico”.

Foto: Gilmara Santana

No limite entre os bairros do Ibura, zona sul do Recife, e Zumbi do Pacheco, em Jaboatão dos Guararapes, a Ialorixá Janielly Azevedo transformou sua própria casa no terreiro Ègbé Omo L’omi.

Foto: Arnaldo Sete/MZ Conteúdo

Na verdade, o Ègbé Omo L’omi é também um local para encontros de ativistas, ações solidárias e espaço cultural.

Foto: Arnaldo Sete/MZ Conteúdo

Há mais de dois anos, Janielly resiste para continuar as atividades do terreiro, pois parte da vizinhança se recusa a conviver com os rituais do candomblé e da jurema.

Foto: Arnaldo Sete/MZ Conteúdo

Para intimidar as pessoas do terreiro, alguns vizinhos praticam arremessam pedras, lixo e restos de comida no telhado ou no terreno da casa. Os ataques são constantes e estão se tornando mais violentos.

Foto: Gilmara Santana

Em 30 de junho de 2022 uma bomba feita com restos de cano PVC foi jogada no quintal. Com a explosão, todos os vidros dos basculantes foram quebrados. Ninguém ficou ferido.

Foto: Acervo pessoal

Houve casos em que a intimidação partiu da própria PM: “Os policiais nos ameaçam dizendo que se a gente não parar de tocar eles levariam os instrumentos musicais. A gente sabe que isso não é permitido”.

Foto: Acervo pessoal

Janielly Azevedo explica que situações assim se repetem com frequência.

Foto: Arnaldo Sete/MZ Conteúdo

“Estávamos fazendo um toque para Oyá às 16h, agradecendo pela saúde da minha filha, quando os policiais chegaram. Havia outra festa na rua com um paredão de som, mas a PM só veio na nossa casa”.

Foto: Arnaldo Sete/MZ Conteúdo

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