Rios, pontes e desigualdades na Zona Sul do Recife

Por Karinne Costa

Foto: Karinne Costa

 A “cidade anfíbia”, como diz João Cabral de Melo Neto, tem em seu retrato a marca de um Recife desigual, já em 1953, quando o poeta publicou seu poema O Rio.

Foto: Karinne Costa

Ao percorrer o caminho das águas que cortam e conectam a capital, João Cabral desenha, neste mesmo caminho, as paisagens provocadas pelas explorações e contrastes entre sobrados e mocambos, campo e cidade, asfalto e alagados

Foto: Karinne Costa

Ele traz, inclusive, o tipo de visibilidade com a qual os territórios periféricos que (re)existem na cidade podem contar: as estatísticas de morte.

Foto: Karinne Costa

Hoje, 68 anos depois da publicação do poema, Recife continua fazendo jus às palavras do poeta, sustentando o título que nenhuma cidade se orgulha: capital brasileira da desigualdade. 

Foto: Acervo Prefeitura do Recife

E isso não é novidade para Recife, afinal, nos censos demográficos do IBGE de 1991, 2000 e 2010, a cidade já ocupava o primeiro lugar no ranking de capitais mais desiguais.

Foto: Acervo Observatório PE 1999

À beira do mar e cenário de um dos cartões postais mais conhecidos da capital, a praia de Boa Viagem, os bairros da Zona Sul recifense não são diferentes do resto da cidade em relação a este fenômeno. 

Foto: Wikimedia Commons

Levantamento dos casos de adolescentes baleados na Zona Sul, realizado pelo Instituto Fogo Cruzado de 2018 a 2021 demonstra que a desigualdade se reflete nos números da violência.

Foto: Karinne Costa

De acordo com o Fogo Cruzado, os bairros da Cohab, Pina e Ibura são os três primeiros no ranking de violência contra adolescentes concentrando juntos 69% das ocorrências. Já Boa Viagem, o mais rico dos bairros da região, apresenta 5% dos casos. 

Foto: Karinne Costa

Foram 38 adolescentes baleados, 95% dos atingidos eram do sexo masculino. A maior parte dos incidentes foram registrados onde o índice de vulnerabilidade social é maior, ou seja, nas comunidades.

Foto: Karinne Costa

No entanto, nas comunidades da Zona Sul, o poeta João Cabral é contrariado: não há apenas estatísticas de morte nesses bairros marcados pela violência, pois há muito o que contar da vida da população desses locais.

Foto: Marlon Diego

Conheça a história de muitos personagens da Zona Sul na reportagem completa de Karinne Costa:

Foto: Karinne Costa

Esta reportagem é resultado da bolsa para o laboratório-escola Dados em Narrativas Jornalísticas, realizado em parceria pela Marco Zero Conteúdo, Instituto Fogo Cruzado, Escola de Comunicação da Universidade Católica de Pernambuco e Fundação Friedrich Ebert.

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