O esforço de uma trupe para salvar o circo

Por Inácio França

Foto: Géssica Amorim/MZ

No Brasil, quase 10 mil pessoas tiram seu sustento nos 651 circos brasileiros mapeados pela Fundação Nacional de Artes (Funarte) em 2020. Quase todos pararam durante a pandemia da covid-19.

Foto: Géssica Amorim/MZ

Pra piorar, a Associação Brasileira de Artes, Cultura e Diversões Itinerantes (ABACDI) afirmou que a maioria dos artistas circenses não pôde contar com os recursos da Lei Aldir Blanc.

Foto: Géssica Amorim/MZ

A pesada burocracia dos governos estaduais e municipais para acessar os recursos que salvaram outros artistas da miséria tornou a Aldir Blanc inacessível para trupes de circo, que nem endereço fixo têm.

Foto: Arnaldo Sete/MZ

Uma dessas trupes foi a do Circo Alves. A família Alves mantém a tradição circense que passa de geração para geração há quase um século, mas que desde o início da pandemia deixou de viajar pelo país.

Foto: Arnaldo Sete/MZ

A líder da trupe, Ira Gerdênia Alves, conhecida como Tita Alves, de 52 anos, nasceu e cresceu no circo. Ela garante que nunca passou pela situação que está vivendo desde 2020.

Foto: Géssica Amorim/MZ

“Chegar ao ponto de faltar leite para os meus netos? Nunca. A gente sempre conseguiu o básico para deslocamento, manutenção das coisas, mas com a pandemia tem sido muito difícil”, desabafa Tita.

Foto: Géssica Amorim/MZ

Os problemas, no entanto, começaram antes do lockdown. E não foram pequenas as dificuldades: em janeiro de 2020, viram a lona ruir, durante um temporal que atingiu Pernambuco.

Foto: Arnaldo Sete/MZ

No mês seguinte, um amigo da família, que também é um artista circense, emprestou uma lona para que os Alves seguissem com os seus espetáculos. Então, veio a pandemia de covid.

Foto: Géssica Amorim/MZ

O circo ficou retido no agreste pernambucano, onde se apresentava na época da perda da lona. Do picadeiro, a família foi fazer pequenos números nos sinais de trânsito de Caruaru para sobreviver.

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“Vendemos muita coisa. Vendemos trailer, carro de propaganda, som, e até aparelhos de mágica. O que a gente podia vender pra se manter, a gente vendeu quase tudo”, conta a matriarca Tita Alves.

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