Para onde vai a pandemia?

Por Inácio França  e Maria Carolina Santos

Foto: Mauro Lima/Unsplash

Poucos brasileiros conhecem tanto de doenças infecciosas causadas por vírus quanto o pernambucano Ernesto Marques, pesquisador da Fiocruz e professor da Universidade de Pittsburgh, nos EUA.

Foto: Fiocruz/arquivo

Marques diz que ainda não é possível prever uma data para o fim da pandemia. Segundo ele, “não vai acabar sem um planejamento a longo prazo”, adaptando nossos comportamentos e medidas de prevenção.

“Agimos como se a epidemia fosse acabar em três meses, ficamos sempre nessa iminência de que a epidemia vai acabar. De que vamos aguentar um tempo, e ninguém faz um planejamento a longo prazo”.

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O cientista também advertiu que “a ômicron não é um vírus atenuado, como muita gente pensou, muito longe disso. O vírus está matando no Brasil 800 pessoas por dia.”

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O potencial de contágio da ômicron mudou o rumo da pandemia. “A ômicron afeta mais a via superior, numa adaptação que dá maior vantagem na transmissão porque ela está na saída da via respiratória”.

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A 3ª dose da vacina é fundamental para conter a ômicron: “Um anticorpo sozinho, vamos dizer, não controla a ômicron, mas se tiver um número maior de anticorpos, segura”. É a lógica da dose de reforço.

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A ciência busca agora uma vacina universal contra a covid, pois quando se sabe as regiões que não se modificam, “se faz vacinas contra essas regiões mais rígidas. Há várias estratégias diferentes em andamento.”

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Para o cientista o nível de investimento em ciência no Brasil não está à altura que problemas como a pandemia da covid-19 exigem. Nenhuma das vacinas em uso, por exemplo, foi desenvolvida no país:

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“Há muito medo de investir em uma coisa que não dê certo porque serão alvo de críticas, de que foi corrupção, de que foi isso, de que foi aquilo, então não se tem cacife para transformar uma descoberta em produto”.

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Leia a entrevista completa e descubra os rumos da pandemia segundo Ernesto Marques.

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