Foto: Inês Campelo/MZ
As mortes nas áreas de morros durante os temporais que atingiram a Região Metropolitana do Recife têm relação direta com as políticas de planejamento urbano, uso do solo e habitação das cidades.
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As maiores perdas foram todas em áreas vulneráveis, ocupadas por uma maioria negra. E isso não é consequência apenas das chuvas intensas.
Foto: Arnaldo Sete/MZ
Enquanto a parcela da população, majoritariamente a elite branca, usufrui de infraestrutura digna e atraente para o mercado imobiliário, os mais pobres são empurrados morros e encostas.
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Morador da comunidade do Bode, no Pina, o contabilista Robson Silva se considera um militante da regularização fundiária na periferia do Recife. Segundo ele, esse processo se dá em 5 passos:
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1) Leis são criadas para dificultar a permanência dos pobres nas áreas planas e nobres da cidade;
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2) Leis facilitam empreendimentos imobiliários ou obras de pontes, viadutos e avenidas que exigem a remoção dos moradores;
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3) A prefeitura define projetos que desapropriam moradores, paga valores abaixo do mercado. Sem projeto de realocação, o poder público, depois de pagar, lava as mãos para os destinos dos moradores.
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4) Com o dinheiro da desapropriação, o morador só consegue comprar um terreno informal, em área de risco, num morro distante do centro da cidade e do seu local de trabalho;
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5) Depois que a barreira desaba, os ricos e as pessoas de classe média comentam que “é isso que dá construir onde não pode”. Ao mesmo tempo, a prefeitura culpa a natureza.
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O orçamento das cidades traduz esses cinco passos em valores. Este gráfico mostra a redução dos investimentos em habitações populares na cidade do Recife desde o ano de 2013.
De 2013 a 2020, a Prefeitura do Recife investiu R$ 152,5 milhões em urbanização de áreas de risco, três vezes menos do que os gastos em manutenção de ruas e avenidas: R$ 452 milhões.
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No mesmo período, os gastos das áreas de risco foram, em média 0,37% do orçamento geral da cidade. Percentual bem abaixo da média de 0,94% nos anos anteriores.
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