Por Giovanna Carneiro
Foto: Arnaldo Sete/MZ
No final da manhã de 29 de maio de 2021, quando a primeira das manifestações contra Bolsonaro chegava ao fim, no Recife, a PM atacou os manifestantes sobre uma das pontes do centro da cidade.
Foto: Arnaldo Sete/MZ
O ataque foi gratuito. O protesto seguia pacífico até que, antes do meio-dia, os manifestantes se depararam com bloqueios montados pela PM de Pernambuco na AV. Guararapes perto do local de dispersão.
Foto: Arnaldo Sete/MZ
Em formação de combate, a PM armou uma emboscada que contou até com uso de helicóptero. Bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha foram atirados indiscriminadamente contra a população.
Foto: Arnaldo Sete/MZ
Dois homens levaram tiros de bala de borracha e perderam a visão de um dos olhos. Um deles foi Jonas Correia, atingido a curta distância quando voltava do trabalho com sua bicicleta.
Foto: Arnaldo Sete/MZ
Jonas recebe indenização do Governo de Pernambuco. O PM que atirou no seu olho direito foi indiciado por lesão corporal gravíssima e omissão de socorro. O nome do policial é Reinaldo Belmiro Lins.
Foto: Arnaldo Sete/MZ
Mais de seis meses depois, Jonas ainda se queixa de dores nos olhos: “Até hoje, quando eu passo por aquela ponte, lembro de tudo. Meus filhos adoeceram, minha mãe não conseguia olhar pro meu rosto”.
Foto: Arnaldo Sete/MZ
Ele passou por várias cirurgias para retirar estilhaços da bala e se deverá receber a prótese do globo ocular. E ele quer Justiça: espero pelo menos que quem fez isso pague, até para que aprendam”.
Foto: Arnaldo Sete/MZ
O outro homem baleado no olho foi o adesivador de carros Daniel Campelo da Silva. Ele perdeu o olho esquerdo, mas no seu caso o inquérito não acabou e o nome do atirador ainda está sob sigilo.
Foto: Hugo Muniz/MZ
Daniel prefere manter distância da mídia desde aquela manhã. De acordo com sua filha Evelyn Maria ele prefere não dar entrevistas e não quer que parentes repassem informações sobre seu estado.
Foto: Hugo Muniz/MZ
Duas pessoas presas pela PM no 29M foram inocentadas pelo inquérito da Polícia Civil: o músico Ítalo Gomes (que prefere ser chamado e identificado pelo nome artístico Afroito) e Maristela Lourenço.
Foto: Arnaldo Sete/MZ
Em junho, o delegado Breno Maia arquivou os processos admitindo que “a ação institucional [da PM] se deu de maneira desproporcional ao comportamento dos manifestantes”.
Foto: Arnaldo Sete/MZ
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