Dona Zefinha, a mãe que todos os anos organiza uma romaria em memória do filho, um “anjo” sertanejo

Por Géssica Amorim

Em 1985, Dona Zefinha perdeu seu filho de 14 anos, Uinston Fabian, em um trágico acidente enquanto ele voltava do trabalho como menor aprendiz.

Passado um tempo do falecimento de Uinston, dona Zefinha começou a ouvir relatos de graças alcançadas e atribuídas ao menino.

“O povo que morava lá começou a me contar que sonhava com ele, que ele falava nos sonhos. Dava conselhos e ajudava a alcançar graças”.

A partir daí, Dona Zefinha passou a organizar, todos os anos, no mês em que ele nasceu, novembro, uma pequena romaria que sai de Sítio dos Nunes e vai até o cruzeiro de Uinston, em Terra Nova. 

Dona Zefinha Lacerda me conta tudo enquanto passeamos pelos cômodos de sua casa. Todas as paredes são pintadas e decoradas com quadros que ela mesma pintou.

A aposentada faz questão de mostrar cada detalhe e, para cada ambiente, carrega o seu aparelho de som, para tocar a música que acha adequada para cada história e assunto da conversa.

Para falar de Uinston Fabian, ela escolhe e acompanha cantando a música Soleado, a música do céu, de Ciro Dammicco, gravada por Moacyr Franco. Dona Zefinha canta em homenagem ao filho.

No quarto que era de Uinston, entre imagens de santos e religiosos de quem dona Zefinha é devota, estão abrigados e cobertos de enfeites vários retratos do menino. 

Um deles é uma reprodução que a própria Josefa fez de uma fotografia tirada no dia da sua primeira comunhão, na capela de São João Batista, em Sítio dos Nunes.

Zefinha aprendeu a pintar sozinha na juventude. Conta que, antigamente, quando só tinha dinheiro para as tintas, cortava pequenas mechas de cabelo das filhas e usava como pincel.

Leia mais sobre a vida de dona Zefinha e de suas filhas Christiane Vieira e Jacqueline Rênia.

Gosta do nosso conteúdo? Fortaleça o jornalismo que te representa.