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A psiquiatra Nise da Silveira foi uma combatente ferrenha por métodos de tratamento em saúde mental mais humanizados. Alagoana de nascença, migrou para a Bahia para formar-se médica em 1926, sendo a única mulher em uma turma de 157 alunos. Se estabeleceu no Rio de Janeiro, onde casou e iniciou sua carreira profissional, concursada no que um dia foi chamada de Divisão de Saúde Mental. Denunciada por ideais marxistas, foi condenada a quinze meses de reclusão no Presídio Frei Caneca (1934-1936) e só em 1944 foi reintegrada ao serviço público.
Nos cinemas, a biografia Nise, o coração da loucura, traz como recorte o retorno da doutora às práticas médicas, na década de 1940, no Centro Psiquiátrico Nacional, no município de Engenho de Dentro (RJ). Nise discorda dos métodos adotados por seus colegas, como a lobotomia e a eletroconvulsoterapia e inicia um tratamento diferenciado na Seção de Terapêutica Ocupacional e Reabilitação do hospital, sendo um experimento pioneiro no Brasil. Ela também inicia a mudança da nomenclatura de “paciente” por “cliente”. Seus métodos ganham destaque, principalmente com o ateliê de pintura, através do qual os “artistas do Engenho de Dentro” chegaram a expor no Museu de Arte Moderna de São Paulo e, posteriormente, suas obras e imagens criaram o famoso Museu do Inconsciente.
(Aline Soares e Dandara Palankof e Cruz )
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