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O ano de 2017 foi intenso para a Marco Zero Conteúdo. Nos últimos 12 meses, aumentamos substancialmente nossa produção jornalística, diversificamos os conteúdos, criamos parcerias, aprimoramos os processos de gestão e ampliamos a redação com a contratação de mais duas jornalistas. Tudo isso só foi possível porque superamos um dos principais desafios enfrentados por iniciativas de jornalismo independente: o financiamento do projeto. Em 2017, conquistamos novos assinantes, apoiadores e doadores, tornando a Marco Zero autossustentável financeiramente. Neste texto, um misto de retrospectiva e prestação de contas, vamos detalhar nossa atuação em 2017, reafirmando o compromisso com a transparência.
Pela primeira vez, desde que entramos no ar em junho de 2015, conseguimos financiar toda a nossa operação e ainda garantimos recursos para tocar o projeto em 2018. Em 2017, captamos recursos através de assinaturas, realização de cursos, prestação de serviço editorial e parcerias com fundações. Ao todo, conseguimos arrecadar R$ 498.329,50. Como nossas despesas foram de R$ 169.247,63, ficamos com um saldo de R$ 329.081,87 para 2018.
Nossa principal fonte de recursos veio do apoio institucional de um ano (até 31 de julho de 2018) que conseguimos da Fundação OAK, uma organização internacional que tem como missão apoiar questões de interesse global, social e ambiental, particularmente aquelas que têm um grande impacto sobre a vida dos desfavorecidos. Recebemos da OAK U$ 110 mil para nos estruturarmos e nos institucionalizarmos. Com esse dinheiro, pagamos pessoal, aluguel e parte das despesas com a produção das reportagens. Além disso, desenvolvemos um plano de gestão e um plano de captação de recursos que estão sendo fundamentais para nosso crescimento sustentável.
Parte significativa dos nossos recursos veio da prestação de serviço editorial feita ao Unicef. Vencemos dois editais diferentes. O primeiro foi para a edição do documento Análise da Situação da Criança e do Adolescente na Amazônia Legal Brasileira (SITAN). O outro foi a produção de mais duas publicações: uma sobre os Núcleos de Cidadania dos Adolescentes e a segunda sobre a III Mostra Internacional da Semana do Bebê. Pelos dois editais recebemos R$ 96.300,00.
Em novembro, nosso projeto de uma série de reportagens sobre o Complexo de Suape foi contemplado no edital “Jornalismo Investigativo e Direitos Humanos” do Fundo Brasil de Direitos Humanos. Serão R$ 40 mil para a produção de um amplo conteúdo jornalístico no período de um ano. O edital foi realizado por meio de uma parceria do Fundo Brasil com a Fundação Ford, a Fundação Open Society e a Clua (Climate and Land use Alliance).
Em 2017, publicamos 97 reportagens e, somados aos 156 programas de rádio do Fora da Curva que postamos ao longo do ano, foram 253 conteúdos jornalísticos disponibilizados para nossos leitores. O Fora da Curva merece um destaque especial. Fruto da parceria da Marco Zero com o Departamento de Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco e outras entidades da sociedade civil organizada, o programa começou a ser exibido na Universitária 99.9 FM, de segunda a sexta, desde fevereiro. No momento encontra-se em recesso. Como seu nome sugere, a proposta do programa é ofertar discursos alternativos e consistentes, que apresentem ao ouvinte informações e interpretações que escapam da abordagem da mídia corporativa.
Em 2017, também ampliamos a quantidade e a qualidade dos conteúdos multimídia, principalmente os vídeos e infográficos. Isso envolveu investimento em equipamentos, ferramentas e treinamento. Em 2018, a meta é oferecer uma quantidade ainda maior desses recursos.
Dois cursos movimentaram a Marco Zero neste ano. O primeiro foi o de Critica de Mídia – um arsenal para a democracia, realizado em outubro, em uma parceria com o coletivo Zanzar. Em quatro módulos, curso abordou aspectos teóricos do jornalismo (o que distingue o jornalismo de outros saberes, como ele enquadra a notícia e influencia o debate público); os códigos e os meios de fiscalização da ética profissional (censura, auto-censura e a separação entre redação e comercial); traçar um mapa de quem são os donos da mídia no Brasil e o que a legislação define e omite sobre propriedade e direito à comunicação no país; além de contextualizar o momento do jornalismo pós-industrial neste início de século XXI, inserido no universo das bolhas digitais e da pós-verdade.
O segundo curso foi o de Jornalismo e Periferia, numa parceria da Marco Zero com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e com o Google News Lab. O curso, que aconteceu no dia 16 de dezembro, na Unicap, teve como objetivo compartilhar técnicas e ferramentas de jornalismo que pudessem fortalecer o trabalho de reportagem nas periferias e áreas de maior vulnerabilidade, baixa renda ou desassistidas pelo Estado.
É um coletivo de jornalismo investigativo que aposta em matérias aprofundadas, independentes e de interesse público.