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Crédito: Rede de Mulheres FagTar
por Aline Braga* e Tâmara Terso**, do coletivo Intervozes***
Uma “gota de orvalho que tem como base o fogo”. Esse é o significado do nome de Kerexu Yxapyry, do povo Guarani M’byá. E chama atenção pela representação de uma constante transformação da água e do ar à medida que se aproximam ou se distanciam do calor. Na vida de Kerexu, os movimentos de transformação são constantes e orientados pelos saberes dos modos de vida dos povos indígenas, que tentam nos ensinar, desde tempos imemoráveis, a relação de equilíbrio necessária entre os seres viventes para o exercício do bem viver.
Kerexu é do Território Morro dos Cavalos, em Palhoça, Santa Catarina. Ela integra a Coordenação Nacional Tenondé, da Comissão Guarani Yvyrupa (CGY), a Coordenação Executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e a Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga). Por duas vezes foi candidata a deputada federal por Santa Catarina (2018 e 2022), com o principal objetivo de ampliar sua voz para denunciar as violações dos direitos dos povos indígenas e incidir na construção de políticas públicas. Além de ser uma representante do bioma Mata Atlântica, dentro e fora do Brasil.
Depois de 15 anos atuando na área da educação e recebendo negativas sobre a implementação da educação indígena nos territórios, ela decidiu conhecer “o sistema” – entidade reivindicada pelos agentes públicos para negar o direito à educação diferenciada. “Os mais velhos da aldeia perguntavam ‘Quem é o sistema, quem é o sistema?’ E para mim isso ficou muito forte na minha cabeça. De entender quem é o sistema. E aí eu fui para a universidade. Fui para a universidade, fui estudar”, diz. Tornou-se gestora ambiental pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), criou um plano territorial chamado eco-etno-envolvimento para contrapor a ideia de desenvolvimento predatório, base do sistema que ela conheceu na educação compartimentada das antigas escolas das aldeias e na histórica invasão dos seus territórios.
Por atuar na demarcação de terras, Kerexu, toda a sua família e aldeia sofreram muitas ameaças. Os Guaranis do Morro dos Cavalos ouviam que não eram legítimos, que tinham sido trazidos do Paraguai. A falta de conhecimento, ou talvez uma visão maniqueísta, explica a referência. A ideia de fronteiras coloniais é tragicamente oposta à ideia do povo guarani que sempre buscou novas terras, transitando pela região que hoje conhecemos por Brasil, Bolívia, Argentina e, sim, Paraguai. Essa noção fluida de lidar com o território fez o povo Guarani sofrer bastante com a lógica de posse através da violência impetrada pelos europeus quando invadiram o continente. Além dos M’byá, grupo ao qual Kerexu pertence, os Guarani no Brasil também podem ser Ñandeva e Kaiowá, esta última a mais numerosa.
Da TI Morro dos Cavalos a Londres, passando pela COP-27 até chegar ao GT de Transição do governo Lula e retornando ao movimento de mulheres indígenas, Kerexu desperta envolvimento de muitos parceiros para ecoar a denúncia do desmonte das políticas indigenistas, do genocídio contra os povos indígenas, bem como qualificar a pauta da crise climática apontando saídas através dos processos de reparação dos crimes ambientais, cura dos corpos e mentes como horizonte para alcançar a justiça socioambiental.
São muitas as tecnologias contra coloniais usadas por essa guardiã da Mata Atlântica no seu caminho de luta. E os desafios se impõem a todo o instante. Realizamos essa entrevista quando Kerexu retornava ao Brasil, vinda do Egito, e em meio a sua quarentena causada pela contaminação de Covid-19 – doença gerada pelo “desenvolvimento” que ela tanto denuncia e que no Brasil fez como principais vítimas os povos indígenas, negros e pobres.
Ouvir o que Kerexu tem a dizer é voltar a entender que, a princípio, criamos os sistemas para viver e, sendo assim, ninguém deve morrer física ou simbolicamente para que “o sistema” sobreviva.
Intervozes – Kerexu, nos conte um pouco sobre sua trajetória no ativismo indígena.
Kerexu Yxapyry – Como liderança eu comecei no Morro dos Cavalos por conta das atividades e envolvimentos da comunidade com a escola, das mulheres na escola, dos mais velhos na escola, das crianças nas casas de reza participando desses rituais como aula. A comunidade me escolheu para cacica da aldeia. Estou lidando com planejamento, com projeto político pedagógico, com plano de gestão territorial, com várias coisas. Estou muito nessa linha da educação e me deparo com o desafio para falar sobre questão fundiária, demarcação de terra. É um outro caminho. Foi um desafio muito grande, mas consegui entrar nessas estruturas, departamentos, para entender como funcionava cada coisa e conforme ia adentrando nesse departamento da questão fundiária, ia entendo o processo e desenrolando o que estava engavetado. Conforme foi desenrolando o processo, a gente foi cada vez mais garantindo o território para nós, então eu começo a ser perseguida pelo Estado. Foram anos de muitas tensões, muitas ameaças e perseguições aqui dentro da terra indígena. E ataques. A gente teve vários ataques, desde o corte de mangueiras que abastecem de água as aldeias, invasão dentro das casas, até que agora, recentemente, em 2017, a minha mãe é uma das vítimas de todas essas ações. Minha mãe foi torturada nesse ataque e na tortura teve a mão esquerda decepada.
Para mim foi um momento muito ruim, porque essas ameaças de morte que vinham para cima de mim, por conta da terra, automaticamente acabavam envolvendo minha família, a comunidade. As ameaças primeiro eram comigo, mas como comecei a fazer denúncia e tinha muita proteção da polícia, do Ministério Público e defensorias, era mais difícil chegar e fazer qualquer coisa comigo. Aí eles passam a ameaçar minha família até chegar nesse ponto da minha mãe. Naquele momento fiquei sem nenhuma resposta de como ia seguir. Pensei em desistir de tudo, sabe? Ir embora daqui, porque mesmo fazendo todas as denúncias, eram estado e município tentando nos calar, cometendo esses crimes.
Quando pensei em desistir, me deparo com um jornal aqui da região onde um procurador do município falava que nós éramos as pessoas perigosas. Tinha uma pessoa que se entregou para a polícia confessando o crime cometido [contra] minha mãe e o procurador foi pedir para soltarem [a pessoa que confessou] porque ele sentia que esse cara estava sendo pressionado pela família. Ele nos jogou para a sociedade fazer o que quisesse com a gente. Para mim, nesse momento, mais uma vez veio a resistência. Foi aonde eu decido me candidatar nas eleições para deputada Federal. A minha [candidatura] vem desse lugar de fazer as denúncias, dar visibilidade dentro do estado e da política brasileira sobre os povos indígenas.
Nessa construção de fazer a campanha foi outro desafio entender como funciona a política partidária. Em 2018, eu vim com o lema “a transformação pelo bem viver”, muito dentro dessa visão que eu tenho como gestora, liderança, mãe. Trouxe essa proposta do bem viver durante a campanha e na primeira vez que me lanço consigo ser, dentro do estado, a segunda mais votada. Eu não consegui me eleger pelo coeficiente do partido, mas a partir dali muda também o contexto de luta, inclusive de voz como uma pessoa agora política também.
Mesmo assim nunca deixei a liderança aqui dentro da aldeia e assumi também lideranças dentro da Comissão Guarani Yvyrupá, que é a liderança nacional do povo Guarani e atende seis estados. Nessa liderança eu proponho para o povo guarani um desafio de trazer as mulheres para esse lugar de fala. A partir da Comissão Guarani Yvyrupá começo a ser também da Apib. Como Apib, eu começo a ter outros desafios.
No início desse ano conseguimos deixar mais de 16 mulheres atuando pela comissão Guarani Yvyrupá, e foi muito linda toda essa trajetória. Na época, eu era a única mulher no meio de 36 homens, e a gente conseguiu ter esse avanço na ocupação dessas mulheres na comissão.
Nas eleições de 2022, consigo ter uma votação muito mais expressiva, vencer a cláusula de barreira do partido e [assegurá-lo] no estado. Não fui eleita de novo pela questão do coeficiente da legenda, mas eu consegui alcançar, dentro da política do estado, um status de atuação e de propor políticas sobre a questão indígena. Hoje, Santa Catarina não pode propor política sem falar da questão indígena.
Eu retorno à Apib, depois das eleições, e a gente vem na construção de um plano de governança indígena. Por último, sou indicada pelos povos indígenas para fazer parte do GT de transição do governo Lula. Essa é recente, agora que a gente chegou ali. Estamos nesse desafio de construir a governança do presidente Lula por quatro anos, trazendo o plano de governança indígena que vai subsidiar as questões dos direitos indígenas e nossos territórios.
O que motivou a auto-organização de vocês, mulheres indígenas?
O que nos motivou a criar a Anmiga foi percebemos que durante os Acampamentos Terra Livre (ATL) a gente falava de muitas coisas da questão política dos direitos indígenas e cada vez mais mulheres cacicas participavam desse movimento. Durante todos os ataques que a gente sofreu em Brasília, nos acampamentos Terra Livre quando éramos recebidos com spray de pimenta, bala de borracha, as mulheres sempre estavam ali, fazendo além da luta o acolhimento das pessoas feridas. E, na maioria das vezes, nós mulheres fazíamos a barreira de proteção para que nossas lideranças conseguissem continuar a fazer os enfrentamentos e até ocupar algum espaço. O que gente percebia era que, em muitas vezes, nós tínhamos essas funções, mas era diferente a nossa presença no palco para fazer nossas falas, fazer nossas reivindicações, porque era muito disputado nesses lugares, né?
Então foi onde a gente chamou a pauta das mulheres no ATL para ficar só, em um momento com as mulheres, onde todas que estavam participando puderam trazer ideias, pensamentos, relatar inclusive o que vive nas suas bases, nas suas comunidades.
A partir dali a gente chamou a primeira marcha das mulheres, onde conseguimos reunir mulheres de vários estados do Brasil. Fizemos a marcha em Brasília junto com as Margaridas [a Marcha das Margaridas].
E quando surge efetivamente a Anmiga?
A Anmiga surgiu em 2020, quando a gente estava bem no pico da pandemia e não tinha como fazer a luta em Brasília, nem sair do nosso território. Foi aonde fizemos o nosso encontro online e conseguimos reunir muitas mulheres. A gente trouxe mulheres de todos os departamentos do nosso território. Começando pelas mulheres benzedeiras, as mulheres que traziam as ervas medicinais, os rituais, os cantos dos seus territórios para as telas. A gente também trouxe as mulheres biomas, de cada bioma, então conseguimos mobilizar o Brasil todo, as mulheres bioma trazendo a representação com a terra, com a água, com o vento, com a semente, com a raiz, com as plantas. Assim conseguimos criar a Anmiga. E a palavra Anmiga estamos falando da própria amiga, só que o “anmiga”, vem mais profundo porque vem do coração. A gente está num movimento indígena, juntas, sempre estivemos juntos, mas tentamos trazer esse destaque para as mulheres conseguirem trazer toda a voz e falar. Não só fazer, mas falar, planejar e fazer esse trabalho que é a linha de frente da luta.
O que a tecnologia digital significa para as mulheres indígenas e suas lutas?
A tecnologia digital ela é um instrumento e uma arma para as nossas lutas. Nós mulheres utilizamos de todas as ferramentas para fazer a luta. Não só as mulheres, mas o movimento indígena em geral. Mas as mulheres têm aquela delicadeza maior de trazer essa representatividade muito real das coisas que fazem no dia a dia, das nossas lutas, quando vamos participar de debates e construção de vários outros seguimentos. A gente está trazendo essa força e consegue comprovar isso. A tecnologia digital para nós é uma ferramenta muito precisa, muito importante. Ela vem quase no modelo tradicional de repassar o conhecimento, que é na oralidade. É mostrar o que está fazendo, então isso para nós é importante. Além da teoria que falamos, escrevendo, a tecnologia vem mostrar as ações que a gente faz mesmo.
Esse ano o chamado das mulheres indígenas foi “Reflorestarmentes”. O que significa essa noção?
O projeto da Anmiga é o reflorestar mentes, pensando mesmo no que nós queremos. E o que nós queremos? Nós queremos trazer algo e deixar uma herança para nossas futuras gerações, que são nossos filhos, nossos netos, nossos bisnetos e outros que virão para o futuro. E qual seria essa herança? Nossa herança para as futuras gerações é um território reflorestado, com muita água, muito alimento, muita medicina, trazer esse bem viver para as futuras gerações. Mas, para fazer isso, precisamos curar a terra primeiro para poder fazer esse reflorestamento. E para curar a terra, tem que curar a cabeça humana: os pensamentos e as ações. Foi aí que a gente criou o “reflorestar mentes”. Precisamos trazer essa conscientização. Reflorestar as mentes para poder fazer o reflorestamento. É isso que a gente traz como objetivo principal da Anmiga.
O que significa ser “mulher medicina”e“ancestralidade” para vocês? Essas duas ideias se conectam para pensar o presente e o futuro?
Para nós, são partes que a gente caminha junto e tem isso na nossa vida. É como se fosse um departamento onde existem várias funções, vários especialistas que trazem consigo essa formação. A “mulher medicina” vem para fazer essa cura, tanto da parte física, mas também do nosso pensamento. É muito importante para nós. Elas caminham juntos, vão abrindo caminhos, fechando outros, curando nossos corpos, curando nossa caminhada, nossa visão, pensamentos. Onde vamos carregamos tudo, desde a folhinha de chá para fazer um chá para tomar, mas também outras medicinas para fazer os nossos banhos, rituais, as defumações. Carregamos tudo, até o nosso alimento para se alimentar porque são medicinas, né? Isso para nós é importante, a gente caminha da forma que a gente é. Faz parte da nossa vida, do nosso sistema indígena, de fazer essa conexão entre a nossa “ancestralidade” que é o passado, das nossas ações que é o presente, mas também de preparar o nosso futuro para que quem chegar receba tudo que foi construindo, planejado, plantado e dê continuidade, assim como nós recebemos da nossa ancestralidade.
Como você contribuiu para ampliar a luta indígena internacionalmente?
Em 2019, fui para a Europa fazer a denúncia desse atual governo, das queimadas na Amazônia. Vou para Londres, para fazer essa fala de denúncia. Só que foi um encontro comigo mesma nesse lugar, porque sou da floresta Mata Atlântica e não conheço a Amazônia. Conheço pelo histórico, pelas lideranças que a gente caminha junto, as pessoas que moram, que vivem lá, pelas lideranças que a gente atua, mas a floresta eu não conheço. Então, para falar da Amazônia eu tinha que falar antes da Mata Atlântica. Esse momento fora do Brasil eu também trago essa visibilidade da Mata Atlântica, do bioma que foi o primeiro a ser invadido pelo europeu, a ser destruído – o bioma que é o cinturão de proteção de todos os outros biomas. O maior desafio foi falar dos europeus na casa deles.
Eu consegui fazer essa fala, levar essa visibilidade da Mata Atlântica e dar o recado que a Amazônia precisa de todos os biomas para poder se salvar. A gente precisa fazer essa reparação. Dentro da minha existência sempre carreguei essa mágoa dos europeus por terem invadido meu país e ter destruído tudo. O mundo tem uma dívida histórica pelo genocídio dos povos indígenas, mas ao estar na casa dos europeus não era com esse sentimento que estava ali, porque ao olhar para todos e todas que estavam ali eu sentia que eles precisavam de nós para poder conseguir sobreviver com as questões básicas da vida que é a terra, o ar e a água. Então não estava ali para fazer essa cobrança da dívida histórica, mas para convidar para esse reflorestamento, uma forma de reparar um pouco desse estrago que foi feito.
A partir dali começo a ser referência, dentro da Articulação dos Povos Indígenas, como defensora do bioma Mata Atlântica. Hoje eu represento esse bioma dentro e fora do Brasil.
A crise climática é uma agenda política, econômica e social de amplitude mundial e por vezes está associada à ideia do meio ambiente descolado dos seres viventes. Como vocês compreendem esse discurso que separa a natureza vegetal e de outros animais da humanidade?
A crise climática, para mim, é um sintoma de muita violência. Eu sempre falo que falar de crise climática não abrange todo o estrago, toda a problemática gravíssima que foi feita durante essa destruição. Por mais que tenhamos, por exemplo, leis garantidas em defesa para proteger essa questão, do nosso meio ambiente que está relacionada ao clima, existem muitas políticas e pessoas que se utilizam desse nome, que se chama economia para alguns, para cometerem crimes ambientais que acabam atingindo todos os seres vivos. E isso é muito difícil de falar, dos crimes que são cometidos porque quando existe crime precisa ter punição e [os culpados] não são punidos. Quando se comete essas violências através de crimes é lógico que vai chegar num momento de crise.
Precisamos curar essa crise que é uma doença, mas eu acho que a gente precisa mais do que isso, denunciar os criminosos que violentam os nossos territórios, planeta, florestas e os nossos seres que existem nesse planeta. Temos garantido por lei, mas não é seguido. Aí a gente acaba um pouco romantizando com essa palavra de “crise”, porque as pessoas vão olhar, e não vão olhar para querer reparar ou parar, mas vão olhar com compaixão, solidariedade, outro olhar. Tudo que é crise e doença as pessoas olham de uma forma muito delicada, pensam se dão um apoio moral ou se entram nessa linha de atuação mais solidária. Eu vejo que é além disso, é muito além disso. Para chegar nessa crise foram muitas coisas ruins que fizeram, violências.
Para nós, povos indígenas, não separamos os vegetais, os animais, os cristais que são as pedras. É tudo um ser, um completa o outro, porque na criação do mundo todos foram criados por um criador e todos são sustentados por uma mesma mãe, que é a mãe terra. Então, se nós somos filhos de um pai e de uma mesma mãe, nós somos uma família. E se somos uma família nós precisamos respeitar e proteger uns aos outros. E é dessa forma que nós vemos e seguimos dentro desse planeta com todos os seres, sendo parte da natureza, porque a natureza é tudo aquilo que nasce, se reproduz e morre, então não tem como separar disso. Eu vejo que são estratégias políticas separar. Como aconteceu lá no descobrimento do Brasil, que, na verdade, não era um descobrimento, era uma invasão. E utilizaram até para nós, povos indígenas, [disseram] que não tínhamos reis, deus, leis, tentaram igualar vegetais e animais para poder fazer o nosso extermínio. É a mesma forma que acontece hoje dentro dessa estratégia política e econômica de fazer o extermínio dos outros seres. A gente enxerga de outra forma, convive de outra forma, sente de outra forma, e eu acredito que se a gente for buscar a origem, o princípio da vida de todas as nações, a gente vai chegar nesse consenso comum.
*Jornalista (UFMG), mestra em Comunicação Social (UFS), apresentadora do programa Elas no Comando da TV Alese, militante antirracista.
**Jornalista e pesquisadora amefricana. Mestra em Comunicação e Cultura Contemporâneas. Ambas são integrantes do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social.
***Esta entrevista integra a série “Ideias para um Brasil democrático”, conjunto de textos que pretendem contribuir com a reconstrução do Brasil e com a necessária democratização da nossa democracia. A série é uma iniciativa do Coletivo Brasil de Comunicação Social (Intervozes) e da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político.
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