Ajude a MZ com um PIX de qualquer valor para a MZ: chave CNPJ 28.660.021/0001-52
Crédito: Divulgação
por Martihene Oliveira
Já parou para refletir que a arte na periferia é uma porta para mudança de vidas? Por meio da arte, pessoas anônimas se tornam visíveis e gritos abafados são ouvidos. O coletivo Pão e Tinta, da comunidade do Bode, no Pina, zona sul recifense, desde 2012, movimenta o território com o graffiti. Dispostos a provocarem o “sistema”, os jovens, que se tornaram referências na cidade, utilizam a arte como meio de transformação social com força ativa nas periferias da comunidade.
Por meio do trabalho do coletivo, espaços em abandono foram e são restaurados. Anualmente, o grupo produz um encontro internacional no qual junta diversos artistas para mensagens de protesto e provocação social que resgatam e fortalecem a juventude periférica. O Leilão em Chamas Pirata é outra iniciativa, com foco na economia criativa e no empreendimento periférico, remunerando artistas independentes. Se o assunto é a luta pelo direito à cidade, o Pão e Tinta é um dos protagonistas, na busca pela democratização dos espaços de cultura, seu núcleo reúne um grupo de debate que atua sob as nuances da diversidade.
Em 2023, o 11º Encontro Internacional de artes do Pão e Tinta – Amarémangue, será realizado entre os dias 6 e 10 de Setembro, e contará com 41 artistas selecionades, dos quais 10 no “monte sua panela”, projeto de curadoria que reúne indicação de nomes apresentados para votação, por 12 grupos da Região Metropolitana do Recife.
Segundo a coordenadora do encontro deste ano, Yanni Inay, “a proposta é integrar os diferentes ramos da cultura ao debate social, unindo a arte ao ativismo e divulgando os ideais comunitários para o público com atrações ligadas ao cenário sócio-político local”. Conforme ela explica, a cada ano, um tema ligado à cultura é escolhido e é explorado nos murais de graffiti entrelaçados com outras expressões artísticas enfatizando a cultura Hip Hop que, para além do graffiti, também alcança os dj’s, rappers, mc’s e o breaking.
A cultura tradicional como coco, capoeira, maracatu e forró pé-de-serra também fazem parte da programação, sempre respeitando “a paridade de gênero e buscando contemplar a maior diversidade de artistas, seja por questões territoriais ou tempo de experiência, principalmente artistas LGBTQI+, que se destacam não só no graffiti, mas também em performances, poesias e apresentações musicais”, complementa.
Para a realização do festival, o Pão e Tinta conta com a parceria da Coletiva Cabras e da Livroteca Brincante do Pina, ambas da comunidade do Bode. Além destes, o Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (Pacs) e as secretarias executivas da Juventude, da Inovação Urbana e da Cultura também apoiam as atividades.
Por não possuir muitas fontes de renda, o grupo precisa de mesas, cadeiras, alimentos não perecíveis, materiais de limpeza e materiais de pintura. O pix disponível é paoetinta@gmail.com .
Confira a programação completa:
06/09 – Abertura do evento – Recepção e credenciamento dos artistas;
07/09 – Mutirão de Graffiti, corte de cabelo, pintura de rosto e cultural na Livroteca Brincante do Pina;
08/09 – Vivência artística, oficinas e produção de telas;
09/09 – Pintura de painéis, oficinas e cultural na Livroteca Brincante do Pina.
10/09 – Pintura de painéis, oficinas, oficinas infantis, batalha de tag, batalha de rima, batalha de breaking, roda de diálogo sobre os 50 anos de Hip-Hop e encerramento cultural na Livroteca Brincante do Pina.
É um coletivo de jornalismo investigativo que aposta em matérias aprofundadas, independentes e de interesse público.