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Crédito: Divulgação
A exposição Homem-Gabiru, catalogação de uma espécie foi a última realizada na então Galeria de Arte Moderna Aloísio Magalhães, em 1991, que reabriu depois como Mamam. Antes de existir o conceito de multimídia, aquele foi um projeto multimídia,. revisitando Josué de Castro, tendo como base seu livro Homens e caranguejos, abriu um amplo debate, com repercussão nacional, sobre a FOME.
Na época, o Brasil estava inscrito no Mapa da Fome, situação agravada pelas políticas neoliberais do governo Fernando Henrique Cardoso. A exposição, tão grande a frequência, terminou por ampliar os horários de funcionamento da galeria, entrando pela noite e abrindo nos finais de semana.
Trinta e dois anos depois, os “homens-gabiru” da cineasta, poeta e produtora Tarciana Portela, o fotógrafo Daniel Aamot e o artista visual Zélito Passavante, serão tema de uma mesa de diálogos na XIV Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, no Centro de Convenções, às 16h deste domingo, 8 de outubro. Zélito e Tarciana discutirão o tema com o sociólogo José Arlindo Soares, presidente do Centro Josué de Castro.
A exposição teve desdobramentos duradouros: na mídia, foi parar no programa do Jô Soares, na capa da extinta revista Manchete e a Folha de S. Paulo. Luísa Erundina, então prefeita de São Paulo, e a sua secretária de Cultura, Marilena Chauí, levaram a exposição para a capital paulista, com direito a um livro-catálogo que acabou adotado pele rede de ensino municipal de São Paulo.
A Campanha da Fome, de Betinho – que esteve no Recife para conhecer os autores do projeto – e o movimento do Manguebeat, foram declaradamente influenciados pela exposição, que chega a ser citada na clássica música “Da Lama ao Caos”, da Nação Zumbi: “… e o caranguejo andando pro sul / saiu do mangue, virou gabiru”.
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Jornalista e escritor. É o diretor de Conteúdo da MZ.