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Quando colocamos no ar a Marco Zero Conteúdo, em meados de 2015, não pensávamos que iríamos fazer jornalismo num ambiente de ruptura democrática e de desmantelamento das políticas públicas que, gradualmente, reduziam as imensas desigualdades sociais no Brasil.
A não aceitação dos resultados das urnas pela oposição, o jogo de chantagens de um Congresso Nacional comandado – este sim – por uma quadrilha, a perseguição seletiva do Judiciário a um espectro do campo político e o estímulo midiático às mais primárias manifestações de fascismo nos trouxeram até aqui.
Primeiro, um golpe contra os eleitores que votaram majoritariamente em Dilma Rousseff para comandar o país por mais quatro anos. Agora, um golpe contra os brasileiros que dão a Lula a liderança nas pesquisas de intenção de votos para a próxima eleição presidencial.
Acima de tudo um golpe contra a democracia brasileira restaurada a partir de 1985 e cujos compromissos com um futuro de mais igualdade e menos arbítrio foram demarcados pela Constituição Federal de 1988.
Não é por acaso que o preceito constitucional da “presunção de inocência” saiu derrotado da votação no Supremo Tribunal Federal no caso do habeas corpus do ex-presidente Lula. Em essência, o preceito é o símbolo máximo de proteção contra uma justiça que julga a partir da opinião publicada e de interesses que orbitam fora do processo legal.
Num quadro de degradação das instituições que deveriam resguardar esses compromissos – como o Congresso Nacional, o Supremo e setores das Forças Armadas – estamos cientes que a sociedade precisa de mais e não de menos jornalismo.
Um jornalismo independente dos interesses corporativos que jogam contra o povo brasileiro. Um jornalismo independente das pressões dos poderosos de plantão, mas sempre dependente dos fatos. Um jornalismo que não se omite e nem se acovarda.
Não corremos o risco de pedir desculpas aos nossos leitores daqui a 50 anos, como fez o grupo Globo em 2013 em relação ao golpe que insuflou e apoiou em 1964. Temos consciência de que a história do jornalismo se escreve no agora. Estaremos nas ruas fazendo e contando essa história.
É um coletivo de jornalismo investigativo que aposta em matérias aprofundadas, independentes e de interesse público.