Ajude a MZ com um PIX de qualquer valor para a MZ: chave CNPJ 28.660.021/0001-52
Pi-tom-ba
O grupo de guatemaltecos, salvadorenhos e um hondurenho chegou à feira agroecológica das Graças, vizinha ao museu do Estado, quando o movimento já havia diminuído, às 7:30min. Nada demais, o objetivo era só conhecer o espaço e a lógica da relação com o público urbano. Mesmo assim, deu pra aproveitar a música de Biu Sanfoneiro, o animador oficial da feira, que, além de vender seus produtos, sempre traz a sanfona.
O instrumento musical e o forró, contudo, já tinham sido apresentados aos visitantes em fartas doses ao longo da viagem pelo interior da Paraíba e Pernambuco. A novidade foi a pitomba. Esta sim, arrancou suspiros de encantamento, alcançando a unanimidade da qual a jaca ficou distante. Rosaura Díaz, Andrea Campos, Mariano Peñate, Marcial López, José Lorenzo e Pedro Fernandez foram os primeiros a garantir seus cachos. O saco de jaca ficou todo nas mãos de Santos Dias Hernandéz.
Depois da feira, os visitantes tiveram uma breve conversa com os feirantes sobre o comportamento dos consumidores, logística e estratégias de comercialização.
Lembrancinhas verdes e amarelas
Depois, outra reunião num restaurante do bairro, desta vez para avaliar os pontos altos e baixos da viagem de intercâmbio. A Marco Zero foi educadamente convidada a participar dessa avaliação. Dissimuladamente, o repórter fingiu não ter escutado o convite.
No início da tarde, a agenda finalmente foi flexibilizada, incluindo passeio de catamarã e visita a um mercado público para comprar camisas da seleção e bandeiras do Brasil, objeto de desejo de pelo menos metade da comitiva desde o desembarque em Recife.
Os agricultores, professores, agrônomos e funcionários da FAO embarcam de volta no final da tarde de domingo, mas o intercâmbio não acaba. Em agosto, a ASA irá organizar um curso de construção de cisternas. Uma delas deverá ser construída território salvadorenho e a segunda do outro lado da fronteira, na Guatemala.
Seca sem fim
Por algum insondável mistério cartográfico, depois da visita à comunidade do sítio Feijão, em Bom Jardim, o grupo de intercâmbio acabou indo dormir num hotel previamente reservado em Caruaru. De acordo com o Google Maps, a mais de 100 quilômetros de distância por estrada. De manhã cedo já estávamos de novo na estrada, voltando em direção à zona rural de Cumaru, um dos poucos lugares do semiárido onde a seca de seis anos ainda não terminou, pois choveu apenas 240 milímetros entre março e maio.
A primeira parada foi na casa de Ivoneide Santos Silva e Severino Estevam, um casal que enfrenta a escassez de chuva com duas cisternas e disposição para se adaptar. Por adaptação, entenda-se só plantar perto de casa para aproveitar a chuva ao máximo, aproveitar cada pedacinho de terra e reduzir a criação de animais ao mínimo. “Nem sempre é fácil”, antecipa Ivoneide na acolhida em frente à casa.
Intercâmbio com todas as letras
No roçado de Ivoneide, que está em fase de transição para tornar-se uma agrofloresta, dois breves momentos justificaram todo o investimento da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e os esforços da Articulação do Semiárido (ASA) em promover o intercâmbio entre agricultores. Tudo começou quando a dona da casa mostrou a técnica agroecológica que utiliza para irrigar árvores recém plantadas com a ajuda de uma garrafa pet.
Colocada de cabeça para baixo, com o gargalo enfiado na terra, a água no interior da garrafa vai gotejando e umedecendo a área próxima à raiz da planta. Parecia uma ideia ótima até a guatemalteca Glória Díaz oferecer uma alternativa: ela cortou uma garrafa e a colocou desemborcada, cobrindo um copo cheio d’água.
“A água evapora, o vapor vira água novamente em contato com a parede da garrafa e desce à terra. Glória mantém cinco mil mudas de frutíferas dessa forma em Plan de Jocote”, explicou o agrônomo Gustavo García, da FAO em Guatemala, enquanto Glória demonstrava a mesma coisa para para sua “hermana” brasileira. O coordenador da ASA, Antônio Barbosa, esclareceu que a técnica da guatemalteca é superior, pois amplia a circunferência úmida, dura mais tempo sem precisar de reposição e não há risco de entupimento do buraco da tampa
Ivoneide retribuiu na hora: mostrou um canteiro de hortaliças que permanece molhado o tempo todo graças a um plástico, colocado no fundo quando foi escavado antes do plantio.
A palavra mágica
A visita seguinte – última da jornada – foi aos sete hectares de Joelma Pereira, na comunidade de Pedra Branca. Joelma é considerada pelos técnicos da ASA e da ONG Centro Sabiá como uma das principais referências no País quando o assunto é convivência com o clima.
Apesar do cansaço, o grupo de visitantes foi tomado pelo entusiasmo quando a anfitriã pronunciou a frase “vamos agora conhecer o biodigestor”. Não imaginavam eles que “biodigestor” é uma palavra que tem o dom de suscitar dezenas de indagações e comentários.
A parada ao lado do mal cheiroso equipamento foi demorada. Os agricultores centroamericanos queriam saber tudo da técnica de produzir adubo de qualidade com estrume e lixo doméstico. Paciente, Joelma explicou tudo com riqueza de detalhes a um nível escatológico que deixou os visitantes satisfeitos.
Rumo ao Recife
Após visitar a Casa de Sementes da associação de agricultores e agricultoras de Cumaru, o grupo tomou a estrada a caminho do Recife, cenário da última etapa da jornada de intercâmbio.
Anotações sem freio
Hora de voltar para Pernambuco. O destino é Bom Jardim, a pouco mais de uma hora de Campina Grande, que um problema qualquer nos freios do micro-ônibus transforma em duas horas e mais uns quebrados. O repórter preferiu não checar qual o defeito. Às vezes, é mais saudável manter a ignorância.
A viagem serviu para repassar algumas informações interessantes, que acabaram não sendo aproveitadas nos textos anteriores, apresentadas abaixo em forma de anotações dispersas:
Do Sítio Feijão (ou Frijoles?) para as Graças
O terceiro dia para valer de intercâmbio foi na comunidade de 118 famílias responsável por abastecer a mais conhecida e mais antiga “feira de orgânicos” do Recife, o Espaço Agroecológico das Graças, junto ao colégio São Luís. É no sítio Feijão, na zona rural de Bom Jardim, onde mora a maior parte dos agricultores e agricultoras que, todos os sábados, viajam 100 quilômetros para vender legumes, frutas, verduras, doces e polpas para consumidores da classe média recifense.
A recepção, na casa de Pedro Custódio e Elisângela, foi seguida de uma breve roda de conversa que antecipou aquilo que os centroamericanos encontrariam nas visitas a duas propriedades, ambas com sistema de agrofloresta. Estimulados a se apresentar, mais uma vez os guatemaltecos e salvadorenhos emocionaram os anfitriões e não mediram palavras para traduzir a importância da troca de experiências em suas vidas e para suas comunidades.
Futebol e luta
O professor e agricultor salvadorenho Ronny Girón foi categórico: “É muito bom conhecer a alegria, a música, o talento para bailar e para o futebol dos brasileiros. O mais importante, todavia, é saber da coragem para lutar dos homens e mulheres do semiárido”.
Sua conterrânea Andrea Campos, também professora e agricultora, contou que sempre ouviu falar do Brasil como o país do verde da Amazônia. “Não sabia que existia esse lugar ainda mais seco que nossa terra. Muito menos de como essas pessoas conseguiram mudar suas vidas”, afirmou. Antes de encerrar sua fala, ela fez uma revelação: “Ainda em minha terra, comprei um bilhete da sorte e nele estava escrito que o Brasil será campeão”.
Os salvadorenhos levam a sério futebol e luta social.
Vida melhor
Na propriedade de João Ribeiro e Zefinha (ela prefere o apelido, nem disse o nome de batismo), os visitantes escutaram e se impressionaram um relato de rápida melhoria de qualidade da vida graças a duas cisternas construídas a partir de 2010. “Antes era 340 metros morro abaixo e morro acima para encher uma lata d’água que tinha de durar o dia todo”, contou João.
Depois de comprar um picape nova para reduzir os custos com transporte até a feira das Graças, o casal sonha alto. “Eu quero continuar vivendo aqui, tendo comida boa para comer, podendo criar os meninos em segurança. É isso que eu sonho”, afirma Zefinha, sem medo de errar.
Produzir no meio da mata
A visita à agroflorestal foi um dos pontos altos do intercâmbio. No sistema agroecológico em que se produz alimentos depois de se plantar e esperar uma pequena floresta crescer, os visitantes centroamericanos realmente conhecerem algo que nunca tinham visto e fizeram várias perguntas de como se cultivar banana, jaca, acerola e manga.
Ao saber que João já estava conseguindo produzir café, o agrônomo Escoto empolgou-se: “Você fez bem. Primeiro plantou um bosque, depois plantou café. Em meu país, destruíram os bosques para plantar café, Coisa de louco”.
Depois de explicar como acelerar o amadurecimento das bananas guardando elas abafadas com maracujá, João Ribeiro ouviu o guatemalteco Santos Arias Hernandez detalhar como usar uma flor comum em Bom Jardim, a flor-de-mel como matéria orgânica capaz de triplicar a produção de feijão e milho.
O de sempre
O dia acabou como todos os outros: sanfona, tapioca, canjica, pamonha e estrada em quantidades colossais.
Pragmatismo sob o sol
Sem as recepções festivas do primeiro dia da agenda, o intercâmbio entre agricultores do semiárido brasileiro e do ‘corredor seco’ centro-americano teve um dia mais pragmático.O dia começou com o café da manhã no hotel em Campina Grande, seguido de um deslocamento curto até a sede da AS-PTA no município de Esperança, entidade que atua nacionalmente com foco na agricultura familiar e agroecologia.
A passagem pela sede da ONG, às margens da BR-104, foi rápida. O grupo se dividiu em dois e seguiu para conhecer as experiências de duas famílias nas comunidades de Riacho do Boi e Sítio Carrasco. Desta vez, não tinha nuvem alguma para esconder o sol no planalto da Borborema.
Micro propriedade com super produtividade
Na propriedade de Givaldo Firmino e Maria das Graças Vicente, os visitantes custaram a crer na quantidade e diversidade da produção que o casal obtém em um terreno de apenas 1,25 hectare. Num espaço que, em qualquer local das américas, é considerado um minifúndio, há uma farta colheita de pelo menos cinco variedades de laranja, duas de limão, cana-de-açúcar, pimenta malagueta, feijão, cajá, jabuticaba, manga, hortaliças e o orgulho da família: o milho orgânico, devidamente certificado.
“Vivemos muito bem aqui. Não temos direito de reclamar. Nem tempo”, repete Givaldo.
Seca nunca mais
Nem sempre foi assim. Até o ano 2000, ele tinha de andar 40 minutos para trazer duas latas d’água nas costas. “Só tinha água ali, no pé daquele morro. Agora, tem água limpinha para beber e cozinhar aqui junto de casa”, explica o agricultor, beneficiado com uma das primeiras cisternas de placas construídas no programa ‘Um milhão de cisternas’.
A cem metros da casa, uma cisterna-calçadão, equipamento com capacidade para 52 mil litros d’água acumulado a partir de uma grande “calçada” de cimento por onde a água escorre, alimenta o sistema de irrigação por gotejamento. “Para não desperdiçar”, justifica.
Qualidade de vida
Ao ser apresentada à cozinha da família, transformada em unidade de produção de polpa de fruta, “caiu uma ficha” para a guatemalteca Gloria Díaz: “Nossos irmãos brasileiros vivem em condições climáticas piores que a nossa [no corredor seco, chove quase o dobro que no semiárido], mas tem melhores condições econômicas”. Para ela, isso acontece graças à organização, capaz de conquistar apoio do governo.
O relato feito pelo casal ajuda Gloria, líder de uma cooperativa de mulheres apresentada aos leitores da Marco Zero na reportagem ‘Sertões das Américas’, a compreender como as coisas aconteceram no Semiárido. “A gente comprou a despolpadeira e o freezer por causa dos programas de agricultura familiar do governo Lula”, afirma Givaldo.
Não é só água
Não bastam as cisternas para transformar tanto a vida das famílias. “A agroecologia é o outro segredo da fartura”, afirma a convicta Maria das Graças, que prefere ser chamada de Nina, apelido de infância. “A melhor coisa é produzir isso tudo sem veneno e sem química. A gente gasta menos e só come coisas que fazem bem à saúde”.
Além das técnicas da agroecologia, a assessoria da AS-PTA ajudou a incorporar na rotina do casal o registro de tudo o que é produzido, vendido, doado ou trocado. Na coluna ao lado da quantidade de cada produto, é anotado o valor de mercado. O registro faz parte de uma estratégia da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) para jogar luz sobre os valores movimentados anualmente pelas famílias que adotam a agroecologia.
“Eles fazem parte de uma pesquisa nacional que irá dar visibilidade a essa economia invisível, afinal um dos argumentos do agronegócio é que a agroecologia é economicamente insignificante”, defende Adriana Galvão Freire, técnica da ONG.
Outra visitante, Doris Chavarria, ressaltou a importância desse registro: “Assim a gente sabe o quanto poupou”.
Tarde sem Copa
Apesar da agonia de alguns visitantes, a AS-PTA manteve o pragmatismo durante o período da tarde, realizando uma série de apresentações sobre a articulação ‘Polo da Borborema’, com os movimentos de mulheres, de jovens, outras ONGs e sindicatos da região. Apesar da agenda rigorosa, alguns participantes do intercâmbio conseguiram escapar e acompanhar a vitória do Brasil, inclusive o repórter da Marco Zero – numa atitude nada profissional – e até alguns integrantes da equipe da Articulação do Semiárido (ASA).
Exaustão versus excitação
Para quem tinha acabado de enfrentar quase dois dias de viagem desde suas aldeias no departamento de Chiquimula, na Guatemala, ou do Oriente em El Salvador, não foi fácil dormir cinco horas e retomar a jornada às 6h. A excitação e a curiosidade, contudo, colocaram a exaustão dos camponeses e camponesas de El Salvador, Guatemala e Honduras em segundo plano.
No trajeto de duas horas entre o hotel em Campina Grande e a comunidade Sussuarana, em Juazeirinho, Doris Chavarria contou que estava curiosa e ansiosa. Nem precisava, não dava para disfarçar. “Quando nos visitaram, em abril, me impressionaram o compromisso e o amor dos agricultores brasileiros pelos recursos naturais, pela terra, pela água, pelos alimentos”, recordou.
Aula no ônibus
No meio do caminho, um dos coordenadores da Articulação do Semiárido, Antônio Barbosa, deu uma pequena aula de português para facilitar a compreensão de alguns termos que seriam muito usados dali em diante. “Manzana no Brasil não é medida de área como na América Central, se traduz apenas como maçã e mais nada”. Maiz = milho. Frijoles = feijão. Yuka = macaxeira. Semillas = sementes. O bastante para dar início ao diálogo.
Forró e comida boa
A recepção no terreiro em frente à casa de seu Petrônio Fernandes e Ivoneide Nunes foi em grande estilo: sanfoneiro, zabumba, triângulo, pamonha, tapioca, queijo coalho, cuscuz, banana, mamão, café com leite. Os visitantes não esperavam tanto.”Estoy atónita”, balbuciou a guatemalteca Glória Diaz. Ela quase chora.
Foi bonito mesmo. A visita às propriedades – um grupo ficou com o casal anfitrião, outro seguiu em comboio de carros para um sítio na vizinhança – começou no final da manhã e prolongou-se até início da tarde. O céu nublado ajudou.
Anfitriões e protagonistas
Aos 53 anos, Petrônio admitiu nunca ter imaginado que, um dia, seu pequeno sítio seria modelo a ser seguido por agricultores de três países. “Já chorei umas cinco vezes. Quando acordei, já fui chorando quando lembrei que a visita seria hoje”.
Petrônio e Ivoneide foram escolhidos por várias razões: o protagonismo de Ivoneide no sindicato dos trabalhadores rurais e na comissão municipal de projetos sociais, além dos ótimos aproveitamento e manejo da água captada por várias tecnologias apropriadas para o Semiárido.
Fácil e barato
Diante da cisterna de placas com 16 mil litros de água da chuva, os visitantes quiseram saber do custo, ficando impressionados com o valor de apenas US$ 1.000,00. O salvadorenho Victor de Leon Gomes não entendeu como podem ter morrido um milhão de nordestinos na seca de 1983, se o valor era tão baixo. Os técnicos da ASA explicaram que, na época, o Brasil vivia sob uma ditadura militar que proibia a organização do povo e que a técnica de construção da cisterna só chegou no final dos anos 1990, a partir da experiência da China.
Santos Arias Hernández, também da Guatemala, ficou interessado no sistema de reuso das águas utilizadas pela família. “É fácil. Dá para fazer na minha terra”.
Muita água, pouco tempo
Foram mais de duas horas percorrendo os cinco hectares da propriedade. Conheceram o barreiro cheio até a borda, a barragem subterrânea, as forrageiras para o gado, a diversidade de frutas, verduras, legumes e plantas ornanentais vendidos na feira agroecológica de Juazeirinho.
Petrônio disse que, depois de seis anos de seca, ele quase não tem tempo para plantar tudo o que quer. “Falta tempo, é tanta água que até fico besta”. Ivoneide emendou: “há tempo não via tanta água. A última vez que esse açude encheu foi em 2012”.
100% de aproveitamento
A visita terminou diante de outra cisterna, a “de enxurrada”, para 52 mil litros, abastecida a partir de vários caminhos que conduzem as águas da chuva para o interior do equipamento. O tamanho surpreendeu os centroamericanos, mas o brasileiro Vicente Puhl, da agência de cooperação suíça Heks, sediada em Brasília, acredita que a dimensão da cisterna não era o mais importante: “A família sabe como usar as águas e as tecnologias de maneira combinada. É muito inteligente”.
Preocupação
No final do dia, uma sombra pairava sobre o entusiasmo dos visitantes. A salvadorenha Mariana García, o funcionário da FAO na Guatemala Gustavo Garcia e o técnico hondurenho Edwin Escoto estavam tensos.
A programação da quarta-feira prevê uma roda de conversa sobre experiências com mulheres e jovens da região para o horário das 14:30min. Mariana explicou o porquê da angústia: “Nós centroamericanos torcemos muito pelo Brasil. Em todas as Copas, El Salvador pára nos dias de jogos da seleção brasileira. Não podemos perder essa partida estando aqui”.
O repórter da Marco Zero e o representante da agência Heks prometeram negociar com a ASA uma mudança na agenda. Se não der certo, não estão descartadas sabotagem ou fuga. Os visitantes estrangeiros concordaram com todas as opções.
Primeiro um grupo de agricultores de todos os estados do semiárido brasileiro visitou, em abril, a região do ‘corredor seco’, na América Central, para conhecer experiência de organização popular dos campesinos e campesinas da Guatemala e El Salvador. Hoje, 13 agricultores desses dois países, além de um hondurenho, desembarcaram no aeroporto dos Guararapes para conhecer o que os camponeses paraibanos e pernambucanos fazem para produzir alimentos saudáveis, captar água da chuva e enfrentar o desmantelamento das políticas públicas promovidas pelo governo Temer.
A Marco Zero é um dos três veículos que irão acompanhar mais essa etapa do intercâmbio entre os povos das regiões secas, promovido pela Articulação do Semiárido (ASA) em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Durante esta semana, vamos registrar o dia a dia dos encontros entre os centroamericanos e as famílias de comunidades rurais de Juazeirinho (PB), Esperança (PB), Cumaru (PE) e Bom Jardim (PE)
Jornalista e escritor. É o diretor de Conteúdo da MZ.