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Crianças podem se vacinar contra a covid-19 e receber acompanhamento médico por um ano

Maria Carolina Santos / 04/11/2022
Menino negro de máscara e usando a camisa do Barcelona, toma vacina no braço esquerdo diante de painel azul claro com letras grandes brancas e azuis escuras.

crédito: Daniel Tavares/PCR

Com o aumento dos casos de covid-19, uma preocupação que retorna é o baixíssimo percentual de crianças e adolescentes vacinados em Pernambuco. A faixa etária é de vulnerabilidade para a doença: um levantamento da Fiocruz constatou que 1.439 crianças de até 5 anos morreram por Covid-19 nos dois primeiros anos da pandemia e que o Nordeste concentrou quase metade desses óbitos.

A vacinação é, de longe, a forma mais eficaz e segura para evitar o agravamento da doença. Para quem ainda não vacinou os filhos com nenhuma dose da vacina, uma ótima oportunidade é participar do estudo de quarta fase da CoronaVac, que acontece em várias cidades brasileiras, inclusive no Recife. Aqui, o estudo é conduzido em uma parceria do Instituto Butantan com a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Autoimune.

Quem participa tem uma consulta médica antes da vacinação e acompanhamento telefônico por 12 meses. São duas ligações entre a primeira e a segunda dose e mais 15 ligações ao longo de um ano, para saber de possíveis reações neste período.

A oferta do acompanhamento médico foi uma forma que os pesquisadores encontraram para vencer a hesitação dos pais em relação à vacinação. Mas não se trata do estudo de uma nova vacina: é a mesmíssima CoronaVac que qualquer criança ou adolescente toma nos postos de saúde. Os estudos de fase 3 já confirmaram a eficácia da CoronaVac e a segurança na população (crianças, adultos e idosos). É uma vacina com pouquíssimos efeitos adversos relatados, sendo os mais frequentes desconforto no local da aplicação e fraqueza.

De acordo com dados da Secretaria de Saúde de Pernambuco, as crianças (três a 11 anos) estão com apenas 34,61% de cobertura para a doença. Entre os adolescentes de 12 a 17 anos, a cobertura é bem maior, de 62,7%, mas ainda assim abaixo do recomendado, que é acima dos 95%.

A essa altura do campeonato, quem ainda não levou os filhos para se vacinar precisa ser convencido. “No caso dos adolescentes, que já estão com a vacina disponível há mais tempo, é muito provável que os pais não acreditem na gravidade da doença e muito menos na vacina. Mas há ainda uma parcela que são pais que não são negacionistas, mas têm alguma dúvida ou medo sobre a vacinação. É esses pais que queremos trazer para o estudo, já que haverá o apoio de uma equipe de profissionais de saúde para conversar e tirar dúvidas. E uma avaliação médica antes da criança ou adolescente tomar a vacina. É uma segurança a mais para esses pais que ainda estão hesitantes”, afirma o pesquisador da Fiocruz-PE Rafael Dhalia, um dos responsáveis pelo estudo no Recife.

Esta fase de vigilância farmacológica é obrigatória para aprovação definitiva da vacina e tem a intenção de levantar todas as reações adversas para se atualizar a bula. É o que acontece com todo e qualquer medicamento. “É uma exigência também de qualquer vacina. Para ter uma ideia, a vacina da febre amarela existe há décadas e ela ainda segue sendo avaliada. Vacinas são muito mais seguras do que remédios, mas o rigor do acompanhamento também é muito grande. A covid-19 é uma doença que mata e a pandemia ainda não acabou. Temos que ter medo do vírus, e não da vacina”, defende Dhalia.

  • Como funciona o acompanhamento médico

Serão aplicadas duas doses de CoronaVac, com intervalo de 28 dias entre as doses. Há consulta médica antes da vacinação. Serão realizadas 17 ligações telefônicas de acompanhamento, no período de 1 ano. Diante de qualquer efeito adverso raro, a equipe estará disponível para atendimento.

  • Quais são os principais benefícios de participar?

Receber uma vacina segura e eficaz, capaz de evitar as formas graves da Covid-19. Ter uma avaliação médica gratuita antes da vacinação e ter acompanhamento por uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde. Há ainda uma ajuda de custo para deslocamento até a Fiocruz-PE.

  • Quem pode participar?

A meta é vacinar 500 participantes entre três e 17 anos de idade. Os pais devem se comprometer em levá-los para tomar as duas doses da vacina no prédio da Fiocruz PE (no campus da UFPE: Av. Prof. Moraes Rego, s/n – Cidade Universitária, Recife – PE). As vacinações acontecem nos sábados e domingos, das 8h às 17h, sem intervalo para almoço.

  • Quem não pode participar?

Crianças e adolescentes com histórico de reações alérgicas ou que tiveram febre nas 72 horas anteriores à vacinação. Também fica de fora da pesquisa quem já tomou vacina contra a Covid-19, de qualquer fabricante.

  • Como participar?

Pelo site https://materiais.institutoautoimune.com.br/coronavac ou entre em contato pelos números: (81) 2101.2619, (81) 98363.2746, (81) 99955.4093 (Whatsapp) e (81) 99956.2969 (Whatsapp)

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AUTOR
Foto Maria Carolina Santos
Maria Carolina Santos

Jornalista pela UFPE. Fez carreira no Diario de Pernambuco, onde foi de estagiária a editora do site, com passagem pelo caderno de cultura. Contribuiu para veículos como Correio Braziliense, O Globo e Revista Continente. Ávida leitora de romances, gosta de escrever sobre tecnologia, política e cultura. Contato: carolsantos@gmail.com