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Crédito: Gilberto Marques/Governo de SP
O Instituto Butantan precisa da ajuda dos pernambucanos para implementar uma vacina mais eficaz contra a gripe. Hoje, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece para a população a vacina trivalente, que protege contra três cepas do vírus influenza, causador da gripe. Mas é possível comprar em clínicas privadas a vacina tetravalente, mais completa, já que é eficaz contra quatro cepas. É para levar também para o SUS uma vacina tetravalente que foram reabertos os testes aqui no Recife.
Para essa nova etapa, estão sendo aceitos como voluntários crianças e adolescentes entre 3 e 17 anos (que devem ser levados pelos pais ou responsáveis) e idosos com idade maior ou igual a 60 anos. Todos os participantes irão receber uma vacina da gripe: a maioria vai receber a nova formulação tetravalente e os demais a vacina trivalente que já é aplicada no SUS. Ou seja, nenhum voluntário vai receber placebo (substância sem efeito) e todos estarão de certa forma protegidos contra a gripe. Todas são vacinas atualizadas, com proteção contra a cepa Darwin, que causou o surto no final de 2021 e começo de 2022.
O estudo da vacina tetravalente deveria ter ficado pronto no ano passado, mas não conseguiu voluntários suficientes entre crianças e idosos. Isso porque os protocolos da pesquisa só permitiam a participação de crianças que nunca haviam se vacinado na vida e de idosos que não haviam sido vacinados ainda naquele ano.
“A possibilidade de se encontrar uma criança, desta faixa etária, nunca vacinada contra a gripe é muito remota, e por este motivo essa faixa etária não foi preenchida. No outro extremo, a faixa etária de 60 anos também não foi completamente preenchida, pois a maioria desta população já estava vacinada (por ser grupo prioritário) e pelo fato da campanha de vacinação contra a gripe já estar bem avançada em 2021, quando iniciamos o estudo”, explica o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz em Pernambuco (Fiocruz-PE) Rafael Dhalia, que é um dos coordenadores do estudo da nova vacina da gripe.
Os novos protocolos, aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), agora permitem uma participação mais ampla de voluntários. Só não podem participar pessoas que já tomaram a vacina da gripe em 2023, pessoas com doenças crônicas não controladas; pessoas que fazem uso de medicamento imunossupressor; alérgicos a ovo; e grávidas ou pessoas que têm intenção de engravidar.
O objetivo do estudo é conseguir dois mil voluntários em quatro meses de recrutamento. Quem participar será acompanhado até o fim da pesquisa por uma equipe multidisciplinar formada por médicos, farmacêuticos e biomédicos.
Quem quiser ser voluntário e colaborar para que a vacina tetravalente chegue mais rapidamente ao SUS, deve ligar a partir desta sexta-feira (17) para o número (81) 3416-7967 ou enviar uma mensagem para os WhatsApps: (81) 99476-2173 (81) 99487-6755 (81) ou 998951-7781 para marcar a vacinação. Além do Butantan e da Fiocruz, são parceiros da pesquisa o Instituto Autoimune de Pesquisa e Educação Continuada e o Real Hospital Português, onde é feita a vacinação. Também é possível se inscrever pelo site: https://materiais.institutoautoimune.com.br/vacina-influenza
Quais as vantagens de se participar de um estudo como esse, que não usa placebo?
A grande vantagem é que além de ter uma chance quatro vezes maior de tomar a vacina Tetravalente da Gripe, que hoje só está disponível na rede privada, todos os voluntários serão acompanhados por uma equipe multidisciplinar especializada formada por médicos, enfermeiras e farmacêuticos. Outra vantagem é que como não tem placebo, todos serão vacinados contra a gripe.
Quando o estudo deve ser concluído e qual a previsão para essa vacina chegar no SUS?
A previsão da vacina era já entrar no SUS em 2023, mas como o estudo teve de ser reaberto para concluir as faixas etárias não completamente preenchidas em 2021, acreditamos que conseguiremos concluir o estudo em 2023 e que a vacina Tetravalente da Gripe do Instituto Butantan chegue ao SUS em 2025.
Por que é importante que o SUS tenha uma vacina tetravalente contra a gripe?
As duas vacinas disponíveis no SUS, também produzidas pelo Instituto Butantan, são trivalentes: possuem duas cepas de Influenza A (H1N1 e H3N2) e uma cepa de Influenza B (que pode ser a Victoria ou a Yamagata). Todos os anos é feita uma vigilância de prevalência da dispersão das cepas virais de Influenza B, para identificar qual está mais prevalente no mundo. A mais prevalente é escolhida para fazer parte da formulação da vacina trivalente do ano seguinte. O problema é que nos últimos anos aumentou bastante a prevalência de ambas as cepas de Influenza B, fazendo-se necessário incluir as duas cepas (tanto a Victoria como a Yamagata) para aumentar a eficiência da vacina contra a gripe. Resumindo: a vacina tetravalente é importante para que o SUS ofereça para a população uma vacina ainda mais eficaz, que as vacinas trivalentes já disponíveis.
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Jornalista pela UFPE. Fez carreira no Diario de Pernambuco, onde foi de estagiária a editora do site, com passagem pelo caderno de cultura. Contribuiu para veículos como Correio Braziliense, O Globo e Revista Continente. Contato: carolsantos@marcozero.org