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Crédito: Arnaldo Sete/MZ Conteúdo
O calçadão diante da principal entrada do Shopping Boa Vista não costuma ser escolhido como cenário de manifestações no centro do Recife. Na tarde deste sábado, 5 de fevereiro, foi diferente: dezenas de ativistas do movimento negro e de organizações sociais juntaram-se às centenas de refugiados senegaleses, congoleses, angolanos e haitianos que trabalham no comércio informal da região para cobrar por Justiça para os assassinos do congolês Moïse Kabagambe, surrado até a morte num quiosque da praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
As imagens do assassinato do refugiado africano, também um trabalhador informal, e a suspeita de que o quiosque é protegido por um milícia de policiais militares cariocas, ampliaram a repercussão do crime na mídia internacional e mobilizaram protestos nas principais cidades brasileiras. A maior parte das manifestações aconteceu de manhã.
No Recife, o angolano Fernando Wilson Sabonete falou em nome dos refugiados africanos na cidade, enquanto percussionistas de grupos de maracatu e afoxé atraíam o público que passava pelo shopping ou circulava entre os ambulantes. Pela manhã, centenas de manifestantes se concentraram na frente do quiosque Tropicália, onde aconteceu o homicídio. Na ocasião, o jornalista Manoel Soares, apresentador da Rede Globo, foi intimidado e chegou a receber cotoveladas de racistas quando se afastou do local do protesto.
Em São Paulo, o protesto também aconteceu no período da manhã. A concentração foi no vão livre do Masp e ocupou três faixas da avenida Paulista. Em Brasília, a manifestação ocorreu na frente do Itamaraty, sede do ministério das Relações Exteriores.
Esta reportagem foi produzida com apoio do Report for the World, uma iniciativa do The GroundTruth Project.
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