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Líder camponesa Elizabeth Teixeira vai ser homenageada pela Câmara dos Deputados

Jeniffer Oliveira / 07/11/2024
Foto de Elizabeth Teixeira, mulher idosa, de cabelos ralos, rsoto enrugado e pele parda. Ela foi fotograda do tórax para cima vestindo uma bluza azul clara e olhando diretamente para a câmera, sorrindo discretamente.

Crédito: Divulgação

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados elegeu a paraibana Elizabeth Teixeira, líder das Ligas Camponesas, como uma das homenageadas para receber o diploma Mulher-Cidadã 2024. A cerimônia de entrega acontece em 26 de novembro, reconhecendo mulheres que contribuíram para a cidadania, a defesa dos direitos das mulheres e a igualdade de gênero no Brasil. A indicação foi feita pelo deputado federal pernambucano Carlos Veras (PT). 

Elizabeth Teixeira mora na Paraíba e completará 100 anos em fevereiro de 2025. Primeira mulher a dirigir uma Liga Camponesa, ela é um símbolo de luta e resistência. Sua trajetória em defesa da reforma agrária e da justiça social foi marcada por perseguições e desafios, incluindo a ditadura militar, mas ela nunca desistiu de lutar pelos direitos do campo. A indicação da líder camponesa contou com o apoio da Marcha das Margaridas e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

Para a Mazé Morais, coordenadora nacional da Marcha das Margaridas, “Elizabeth simboliza a força de todas as mulheres do campo que, assim como Margarida Maria Alves, dedicaram suas vidas à luta por uma sociedade justa e digna para as famílias rurais. Sua história é uma inspiração para cada Margarida”.

A honraria é concedida por meio de eleição em que votam apenas as deputadas integrantes da Comissão. A líder camponesa se junta a outras mulheres inspiradoras que serão homenageadas com o Diploma Mulher-Cidadã, incluindo Cristiane Damasceno Leite, Nalu de Faria (in memoriam), Rosely Maria da Silva Pires e Roza Cabinda (in memoriam). Ao defender seu nome, o petista Carlos Veras lembrou que Elizabeth representa a força de mulheres como Eunice Paiva e Clarice Herzog, que deram continuidade à luta por justiça após a perda de seus companheiros, assassinados brutalmente.

A vida e a luta de Elizabeth Teixeira estão retratadas em documentários, como Cabra Marcado para Morrer, de Eduardo Coutinho, que registra sua trajetória e a de seu marido João Pedro Teixeira, assassinado em 1962 a mando de latifundiários da região de Sapé, interior da Paraíba.

A imagem é uma ilustração em preto e branco que mostra uma pessoa com o braço direito levantado e o punho cerrado, em um gesto de luta ou resistência. O rosto da pessoa está desfocado. No topo da imagem, há o texto Elizabeth Teixeira e logo abaixo Um Centenário de Inspiração. Na parte inferior da imagem, está escrito Eu Continuo a Luta. Ao fundo, há elementos da natureza, como árvores e cactos, que compõem a paisagem.
Crédito: Divulgação
AUTOR
Foto Jeniffer Oliveira
Jeniffer Oliveira

Jornalista formada pelo Centro Universitário Aeso Barros Melo – UNIAESO. Contato: jeniffer@marcozero.org.