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Algo muito errado e injusto acontece na política brasileira. Apesar de sermos a maioria da população, nós mulheres ocupamos menos de 10% das cadeiras no legislativo. Na América Latina, só ficamos à frente do Haiti.
A distorção se mantém em Pernambuco. Por aqui, nunca tivemos uma governadora ou mesmo uma senadora. Em 2014, só elegemos uma deputada federal e apenas seis deputadas estaduais.
Durante o processo eleitoral, além de termos menos espaço na propaganda eleitoral e menos recursos do fundo partidário para as campanhas, muitas das candidaturas de mulheres são “fantasmas” e existem apenas para cumprirem a cota imposta pela legislação.
Para piorar, ainda somos invibilizadas pela mídia. Levantamento feito pela Global Media Monitoring e publicado pelo site Gênero e Número mostra que apenas 16% das reportagens sobre política contam com mulheres como entrevistadas.
O projeto Adalgisas quer ajudar a mudar esses números.
Este ano, a Marco Zero Conteúdo irá realizar uma cobertura especial das eleições em Pernambuco, tendo as mulheres como protagonistas.
Com os recursos levantados aqui no Catarse, nós vamos:
– Monitorar a participação das mulheres na propaganda eleitoral na TV (Para isso, teremos a parceria do Observatório da Mídia da Universidade Federal de Pernambuco)
– Fiscalizar a distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre as candidatas mulheres
– Criar um mapa interativo com os perfis e as principais propostas de todas as candidatas em Pernambuco
– Promover pelo menos um debate com temas relativos à questão de gênero
– Produzir reportagens especiais
O nome do projeto é inspirado em Adalgisa Cavalcanti, que entrou para a história como a primeira mulher eleita deputada em Pernambuco. Em 1947, aos 40 anos e disputando a eleição pelo Partido Comunista do Brasil (PCB), Adalgisa conquistou uma das vagas na Assembleia Legislativa. Mulher à frente de seu tempo, Adalgisa teve uma atuação parlamentar destacada e que ainda hoje poderia ser considerada feminista. Acabou tendo seu mandato cassado, em 10 de janeiro de 1948, quando o PCB passou a ser considerado ilegal. Durante a longa militância foi presa e torturada diversas vezes, sem nunca abrir mão das ideias em que acreditava. Morreu em 26 de abril de 1998, aos 90 anos, deixando um legado de pioneirismo, coragem e luta para todas as mulheres.
Com o dinheiro arrecadado no Catarse iremos contratar uma jornalista para trabalhar exclusivamente no projeto Adalgisas. Além disso, precisamos montar uma estrutura adequada para que as pessoas envolvidas no projeto possam produzir conteúdos de qualidade. Isso inclui comprar computadores, bancar viagens, deslocamentos e despesas com o celular, por exemplo. Em novembro, com o fim do processo eleitoral e do projeto, iremos publicar a prestação de contas detalhada aqui no site da Marco Zero Conteúdo.
Escolhemos a modalidade de financiamento “ou tudo, ou nada”. Isso significa que o Adalgisas só sairá do papel se atingirmos a meta estabelecida de R$ 20 mil. Caso esse valor não seja alcançado, o dinheiro do apoio é devolvido. Por isso, é fundamental sua participação apoiando e divulgando o projeto.
Formada em Jornalismo pela Unicap. Apaixonada pela fotografia, campo que atua profissionalmente desde 1999. Atualmente é freelancer e editora de imagens do Marco Zero.