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Sem crise econômica e com mercado aquecido, cemitério privado anuncia oferta de vagas de emprego

Inácio França / 23/03/2021

Crédito: Morada da Paz/Divulgação

A crise na economia provocada pela pandemia descontrolada não existe para os cemitérios privados e agência funerárias. Com mais de três mil mortes por dia no país, os negócios estão em ritmo acelerado e sobram vagas de emprego. É o caso do cemitério Morada da Paz, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, que anunciou interesse em contratar oito novos funcionários por estar em um processo de “uma expansão e é natural que apareçam novas oportunidades de emprego”.

Com a taxa de desemprego em 14,1% e na perspectiva de chegar a 17% ao final deste semestre, a possibilidade de ser contratado com carteira assinada, auxílio-educação, vale-alimentação e vale-transporte não é pouca coisa, mesmo que seja para trabalhar em um cemitério. Mesmo que seja em plena pandemia. Sete das vagas oferecidas – as de agente de serviços, consultor de atendimento, servente de obras, operador de campo, jardineiro e operador de crematório e serralheiro – têm essa característica, .

Uma vaga, a de auxiliar de serviços, não é pela CLT, mas por contrato. No entanto, mesmo sem carteira assinada, o trabalhador receberá os vales e auxílios dos demais funcionários. Quem estiver interessado pode inscrever-se no site do cemitério, onde também há a descrição das tarefas, funções e requisitos exigidos por cada uma das vagas.

A assessoria de comunicação do Morada da Paz informou que a equipe do cemitério “conseguiu atender bem a demanda no pico da primeira onda da pandemia no ano passado e também está preparada para este momento”, mas reconhece que o número de sepultamentos e cremações em fevereiro de 2021 foi 25% maior do que em fevereiro de 2020.

Assim como outros cemitérios privados e funerárias, o Morada da Paz vende um produto chamado assistência funeral, que funciona de modo semelhante a um plano de saúde, com planos ao custo de R$ 34,90 por mês. Uma cremação sai por um preço mínimo de R$ 4.990. Os enterros são mais caros, a partir de R$ 6.612.

A lei da oferta e da procura, base da economia de mercado, parece não ter atingido o mercado funerário, pois não houve aumento da tabela de preços de um ano pra cá.

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AUTOR
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Inácio França

Jornalista e escritor. É o diretor de Conteúdo da MZ.