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Crédito: Paloma Luna
Na noite dessa segunda-feira, dia 17 de maio, 15 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam o antigo Núcleo de Triagem de Recicláveis, localizado na Vila Santa Luzia, no bairro da Torre, Zona Oeste do Recife. O objetivo da ocupação é a construção de uma cozinha solidária capaz de ofertar 150 refeições diárias aos moradores da área em situação de vulnerabilidade social.
De acordo com Rud Rafael, da coordenação nacional do MTST, o imóvel pertencente à Prefeitura do Recife está em desuso há mais de dz anos e, por isso, o movimento tomou a iniciativa para devolver a função social do equipamento à população. “A nossa demanda é a instalação da cozinha solidária do MTST na comunidade de Santa Luzia, afinal o local já não funciona mais como centro de triagem. Estamos aguardando a resposta da Prefeitura para uma negociação”, afirmou o coordenador.
O projeto Cozinhas Solidárias tem o objetivo de oferecer pelo menos uma refeição por dia para os moradores das ocupações do movimento e outras famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social nos grandes centros urbanos. O também projeto promove cultivo de hortas urbanas comunitárias para abastecer as próprias cozinhas solidárias e garantir legumes e verduras saudáveis à comunidade do entorno. No imóvel ocupado desde a madrugada de segunda-feira, o movimento está instalando a nona Cozinha Solidária do MTST em todo país.
A inauguração oficial da Cozinha Solidária da Vila Santa Luzia está prevista para acontecer no dia 20 de maio, mas ainda há risco da ocupação ser interrompida pelas autoridades da Prefeitura do Recife.
De acordo com Rud Rafael, na manhã desta terça-feira, 18 de maio, integrantes de cinco viaturas policiais estiveram no local exigindo que o terreno fosse esvaziado e ameaçaram o uso de força caso os integrantes do movimento não colaborassem. Porém, a articulação do MTST, com o apoio dos parlamentares do PSOL, conseguiu manter a ocupação e logo técnicos da prefeitura chegaram ao local e ajudaram a desmobilizar a operação policial. Aproximadamente 60 pessoas continuam no local e a cozinha começou a funcionar, entregando as primeiras 150 refeições aos moradores das comunidades próximas. Logo a notícia de distribuição das quentinhas se espalhou pela Vila Santa Luzia e atraiu os moradores.
Lideranças do movimento se reuniram com representantes da Prefeitura do Recife para negociar a ocupação do imóvel. A gestão alegou que está em contato com as secretarias responsáveis pela administração do local e solicitou que a área fosse desocupada até o fechamento das negociações. O MTST se recusa a sair do local antes de ter ao menos um gesto ou resposta que comprove o interesse da PCR em fechar um acordo.
Leia a íntegra da nota enviada pela equipe da Prefeitura do Recife:
A Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Governo e Participação Social, informa que esteve reunida, na manhã desta terça-feira (18), com os manifestantes que ocuparam um imóvel situado na Rua Eliéser Olímpio de Moura, no bairro da Torre. Contudo, durante as conversas, o movimento não apresentou reivindicações à gestão municipal. O governo municipal destaca que o referido imóvel pertence ao município e serviu de espaço para a realização de projetos sociais e cursos de qualificação profissional ao longo dos últimos anos. Entretanto, devido à pandemia do novo coronavírus, as atividades foram suspensas temporariamente, por gerar aglomerações de pessoas e a necessidade de respeitar os protocolos sanitários.
Jornalista e mestra em Comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco.