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A memória do candomblé, umbanda e jurema aberta ao público no Recife

Memorial em terreiro no Barro homenageia yalorixá Helena de Freitas

Inácio França / 14/05/2024
Foto dos professores da UPE Carlos Carlos André Silva de Moura, Mário Ribeiro dos Santos e Sandra Simone de Araújo ao lado da mãe-de-santo Maria Eugênia, toda vestida de branco, incluindo turbante na cabeça e colar de contas coloridas. Eles estão posando junto d e um manequim vestido com trajes rituais do candomblé e à frente de um painel vermelho com uma coroa branca, em homenagem ao orixá xangô.

Crédito: Inácio França/MZ Conteúdo

Um trabalho de pesquisa do Laboratório de Estudos da História das Religiões da Universidade de Pernambuco (UPE) resultou na criação de um memorial aberto ao público com a história do terreiro Ilê Asé Oyá Bery – Centro Espírita Pai Canindé, no Barro, zona oeste do Recife. O Memorial Yalorixá Helena de Freitas, nome da fundadora do terreiro, foi criado a partir do levantamento e catalogação de documentos, fotos, livros e depoimentos coletados pela equipe da UPE, com participação direta da comunidade do candomblé, umbanda e jurema que atuam no espaço.

Helena de Freitas, ou Severina Helena Vilarim de Moraes, e sua filha Eugênia Maria Moraes de Freitas que hoje conduz o terreiro, foram as primeiras yalorixás pernambucanas consagradas por Mãe Menininha do Gantois, a mais famosa mãe-de-santo brasileira.

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Mãe Menininha, cujo nome era Maria Escolástica da Conceição Nazaré, foi imortalizada pela música de Dorival Caymmi e por enredos das escolas de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, do Rio de Janeiro, e Vai-Vai, de São Paulo.

A pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe) e foi coordenado pelos professores Carlos André Silva de Moura, Mário Ribeiro dos Santos e Sandra Simone Moraes de Araújo. Na inauguração, o professor Carlos André provocou a prefeitura do Recife a incluir espaços das religiões de matriz africana no roteiro turístico Recife Sagrado, que inclui sete templos, sendo seis igrejas católicas e a sinagoga Kahal-Zur Israel. “O poder público precisa reconhecer a importância do candomblé, da umbanda, da jurema, assim como das igrejas evangélicas”, afirmou.

AUTOR
Foto Inácio França
Inácio França

Jornalista e escritor. É o diretor de Conteúdo da MZ.