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Dossiê denuncia violações de direitos do acesso à água e ao saneamento no Brasil

Marco Zero Conteúdo / 02/08/2024
A imagem mostra um close-up de uma torneira de metal em foco nítido, posicionada no lado esquerdo do quadro. O fundo está desfocado, mas revela um cenário ao ar livre com estruturas que parecem ser habitações informais. Uma pessoa está caminhando para longe da câmera, em direção ao lado direito da imagem, e outra pessoa segurando um objeto vermelho é parcialmente visível ao fundo. O foco na torneira com a presença humana desfocada e os espaços de moradia podem sugerir temas de escassez de água

Crédito: Arnaldo Sete/Marco Zero

O Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (Ondas) lançou o dossiê Direitos Humanos à Água e ao Saneamento no Brasil. O relatório, que enumera 39 situações que caracterizam as violações do direito humano à água e ao saneamento que ocorrem em diversos territórios do país, está disponível gratuitamente no site do Ondas em formato de e-book.

O relatório apresenta de forma minuciosa o caso de tragédias-crime causadas por megaprojetos de mineração, como os de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais, e salienta como, até hoje, a reparação às vítimas é insuficiente. E uma das consequências mais graves enfrentadas pelas vítimas das tragédias é a falta de acesso à água potável.

“O dossiê é um instrumento importante para subsidiar ações e debates na sociedade com intuito de fortalecer o engajamento público na temática e reivindicar ações do poder público. A ação humana e o modelo produtivo causam as mudanças na temperatura do planeta, provocam e aprofundam as desigualdades de raça, gênero e classe. É preciso construir uma agenda efetiva de política pública de Estado que atenda a complexidade das violações no Direito Humano à Água e Saneamento e, ao mesmo tempo, promova justiça climática e reduza as desigualdades”, declarou o especialista em justiça climática da ActionAid, Júnior Aleixo.

A ActionAid, organização internacional que atua em favor de justiça social, equidade de gênero e étnico-racial e pelo fim da pobreza em mais de 70 países, colaborou com o Ondas na elaboração do dossiê.

O dossiê reúne relatos de populações de comunidades tradicionais, de povos indígenas e ribeirinhos na região da Amazônia Legal. A situação de populações periféricas urbanas, como na Baixada Fluminense, também revela a complexidade e a capilaridade das violações do acesso adequado à água e saneamento. O estudo detalha como a violação atinge esferas da vida fora dos domicílios – pessoas em situação de rua, trabalhadores de rua, e catadores e catadoras são algumas das maiores vítimas desse tipo de escassez.

De acordo com Renata Furigo, coordenadora-geral do Ondas, um fato comum que perpassa todos os casos relatados no dossiê é como a água, que deveria ser um direito, tem sido tratada como uma mercadoria: “é preciso questionar essa lógica da mercantilização da água e de privatização do saneamento, que tendem não só a dificultar o acesso ao serviço, mas gerar graves consequências climáticas”.

A imagem mostra um laptop e um smartphone lado a lado contra um fundo escuro. As telas de ambos os dispositivos exibem o mesmo conteúdo, que está em português. O tema principal de cores é um laranja vibrante com elementos em branco e laranja mais escuro. Na tela do laptop, há um grande título que diz “dossiê Direitos Humanos à Água e ao Saneamento no Brasil”. Abaixo desse título, há uma ilustração de gotas de água abstratas e linhas, possivelmente representando o fluxo de água ou conectividade. No lado direito da tela do laptop e também replicado na tela do smartphone, há vários desenhos lineares que incluem símbolos de água, serviços de saneamento como banheiros, figuras de pessoas, estruturas habitacionais e outros ícones relacionados que provavelmente representam aspectos do acesso à água e saneamento no Brasil.
Crédito: Divulgação
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