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A quinta edição da Mostra de Cinema Árabe Feminino transforma telas em trincheiras de resistência cultural, reunindo filmes que atuam como arquivos vivos da História. O evento gratuito, acontece no Recife, entre 13 e 17 de agosto, e no Rio de Janeiro de 22 a 30 de agosto. Na capital pernambucana, as sessões são na Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ Derby) e no Cinema São Luiz. No Rio, a Mostra ocupa o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB RJ), o Cine Arte UFF, a FEBF/UERJ e escolas públicas parceiras. A programação completa pode ser conferida no site do evento.
A Mostra propõe uma reflexão crítica sobre imagens, afetos e memórias em tempos de massacres, especialmente diante da violência extrema promovida por Israel contra o povo palestino e do silenciamento institucional. Além das exibições, o evento oferece mesas redondas, sessões comentadas, encontros exclusivos com estudantes e uma masterclass online ministrada pela diretora libanesa Rania Stephan.
“Em um contexto marcado pela violência extrema orquestrada por Israel contra o povo palestino e pela tentativa de silenciamento institucional do horror, a Mostra se afirma como espaço de resistência e solidariedade através do cinema”, explicam as curadoras da mostra, Alia Ayman, Analu Bambirra e Carol Almeida.
Uma das novidades é a iniciativa “Solidariedade Brasil-Árabe”, que promove diálogos diretos entre produções árabes e brasileiras. Em Recife, por exemplo, o palestino Slingshot Hip Hop (J. Reem Salloum), sobre resistência cultural através do rap, será exibido junto ao pernambucano Sua Majestade, o Passinho (Mannu Costa e Carol Correia). No Rio, o clássico tunisiano Fatma 75 (Selma Baccar) dialogará com o curta brasileiro A Entrevista (Helena Solberg), criando pontes entre lutas feministas de diferentes geografias.
Entre os destaques inéditos no Brasil estão Rainhas (Yasmine Benkiran, Marrocos/França, 2022) e Sudão, Lembre de Nós (Hind Meddeb, França, 2024), este último com exibição exclusiva no Recife. Também integram o catálogo obras como A Canção da Besta (Sophia Al-Maria), Dançando a Palestina (Lamees Almakkawy) e Neo Nahda (May Ziadé), todas resistindo ao apagamento de identidades árabes e às políticas coloniais. O encerramento ficará por conta de Um Estado de Devoção (Carol Mansour e Muna Khalidi), que acompanha o trabalho do cirurgião palestino-britânico Ghassan Abu-Sittah nos hospitais de Gaza após outubro de 2023.
A masterclass “O Caminho para o Arquivo”, ministrada pela diretora libanesa Rania Stephan, já exibida em Locarno e Veneza, abordará sua trajetória e processos criativos, mostrando como memória e montagem podem reconstruir narrativas e ressignificar imagens históricas. Serão exibidos quatro curtas e o longa Os Três Desaparecimentos de Soad Hosni (2011), que recompõe a vida da icônica atriz egípcia a partir de fragmentos de sua filmografia.
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