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“A greve continua”, decidem os motoristas por unanimidade antes de seguir em passeata até o Palácio

Marco Zero Conteúdo / 28/07/2023
passeata dos rodoviários, segue pela ponte Duarte Coelho, no centro do Recife, com faixas pedindo o fim da violência contra a categoria levada pelos dirigentes do Sindicato. Ao fundo, ceú claro, com prédios da avenida Conde da Boa Vista em segundo plano.

Crédito: Jeniffer Oliveira/MZ Conteúdo

por Jeniffer Oliveira*

A primeira consequência da prisão do presidente do Sindicato dos Rodoviários, a inflexibilidade dos empresários da Urbana-PE e a omissão do Governo do Estado nas negociações pôde ser vista na assembleia de hoje, sexta-feira, 28 de julho: a diretoria e a oposição dos sindicatos atuaram em conjunto e os motoristas decidiram manter a greve, saindo em passeata pela avenida Cruz Cabugá em direção ao Palácio do Campo das Princesas. Vários sindicatos de outras categorias profissionais compareceram à assembleia para demonstrar solidariedade aos rodoviários.

Não foi preciso nem colocar em votação a proposta de continuar a greve. Assim que o presidente do sindicato, Aldo Lima, tentou encaminhar a questão, praticamente todos os motoristas presentes gritaram em coro “a greve continua”. A partir daí, Aldo acatou a sugestão vinda da plateia de iniciar a caminhada até a sede do governo estadual.

O começo da passeata, aliás, foi marcado por um incidente que acabou sem feridos, mas que expôs o clima de tensão após a prisão do presidente. Na avenida Cruz Cabugá, os manifestantes pararam o trânsito para dar passagem à passeata, mas um ônibus da empresa Conorte, que fazia a linha Terminal Pelópidas-Conde da Boa Vista, tentou forçar a passagem pelo cordão humano, o que revoltou os rodoviários.

De acordo com o rodoviário Israel Lima, “por despreparo ou porque ficou assustado, pois acredito que ele não era da categoria, mas um dos freelancers contratados pelas empresas, ele jogou o ônibus sobre o pessoal”. Foi quando começou a confusão, com pedras quebrando janelas do veículo da Conorte, passageiros gritando e o motorista que estava ao volante ameaçando os grevistas com faca e spray de pimenta.

Depois que a PM retirou o motorista que causou o tumulto, a passeata seguiu em tranquilidade até o Palácio do Campo das Princesas. No percurso, quem roubou a cena foi dona Leidejane Lima da Silva, de 65 anos, mãe de Aldo Lima. Pela manhã, ela já havia despertado a atenção da mídia ao ir até a porta da delegacia aguardar seu filho ser liberado. No trajeto, ela repetia que estava muito orgulhosa, “tenho certeza que vai dar tudo certo, meu filho é um lutador, trabalha desde os 15 anos sem nunca ter pegado nada de ninguém”.

O advogado do sindicato, Sérgio Gonçalves, informou que o departamento jurídico da entidade irá entrar com uma representação contra os policiais militares que realizaram a prisão de Aldo Lima.

Diante do Palácio, a deputada estadual Dani Portela (PSOL), líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, negociou para o secretário da Casa Civil, Túlio Vilaça, recebesse uma comissão da diretoria do sindicato, o que acabou acontecendo às 17h35min.

*Colaborou Inácio França

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