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Memorial em terreiro no Barro homenageia yalorixá Helena de Freitas
Um trabalho de pesquisa do Laboratório de Estudos da História das Religiões da Universidade de Pernambuco (UPE) resultou na criação de um memorial aberto ao público com a história do terreiro Ilê Asé Oyá Bery – Centro Espírita Pai Canindé, no Barro, zona oeste do Recife. O Memorial Yalorixá Helena de Freitas, nome da fundadora do terreiro, foi criado a partir do levantamento e catalogação de documentos, fotos, livros e depoimentos coletados pela equipe da UPE, com participação direta da comunidade do candomblé, umbanda e jurema que atuam no espaço.
Helena de Freitas, ou Severina Helena Vilarim de Moraes, e sua filha Eugênia Maria Moraes de Freitas que hoje conduz o terreiro, foram as primeiras yalorixás pernambucanas consagradas por Mãe Menininha do Gantois, a mais famosa mãe-de-santo brasileira.
Mãe Menininha, cujo nome era Maria Escolástica da Conceição Nazaré, foi imortalizada pela música de Dorival Caymmi e por enredos das escolas de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, do Rio de Janeiro, e Vai-Vai, de São Paulo.
A pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe) e foi coordenado pelos professores Carlos André Silva de Moura, Mário Ribeiro dos Santos e Sandra Simone Moraes de Araújo. Na inauguração, o professor Carlos André provocou a prefeitura do Recife a incluir espaços das religiões de matriz africana no roteiro turístico Recife Sagrado, que inclui sete templos, sendo seis igrejas católicas e a sinagoga Kahal-Zur Israel. “O poder público precisa reconhecer a importância do candomblé, da umbanda, da jurema, assim como das igrejas evangélicas”, afirmou.
Jornalista e escritor. É o diretor de Conteúdo da MZ.