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Democratas vão às ruas contra a tentativa de golpe de Estado

Marco Zero Conteúdo / 09/01/2023
À noite, multidão em passeata com bandeiras vermelhas e do Brasil carrega um cartaz onde se lê Sem anistia para golpistas de Brasília!

À noite, multidão em passeata com bandeiras vermelhas e do Brasil carrega um cartaz onde se lê "Sem anistia para golpistas de Brasília!"

Foi necessário vencer a exaustão da meses da campanha eleitoral mais tensa da história e anos no esforço contra um governo que se aliou ao vírus que matou quase 800 mil. A tentativa de golpe de Estado por milhares de terroristas de extrema-direita levou torcidas organizadas a deixarem a rivalidade de lado mais uma vez, a profissionais liberais interromperem as férias, estudantes saíram de casa, militantes a tirarem as surradas camisas vermelhas do guarda-roupas e fiéis de várias religiões a juntarem seus cânticos e rezas aos gritos por democracia.

No Recife e em dezenas de cidades, o povo voltou às ruas. Desta vez, a mobilização de centrais sindicais, movimentos sociais e organizações da sociedade civis não foi motivada por uma ameaça abstrata nem pela concretude de prédios invadidos, vidraças estilhaçadas, obras de arte destruídas e estátuas depredadas.

Quem chegava dizia estar ali porque era necessário fazer algo em defesa da vida e da paz. Os atos terroristas do domingo, 8 de janeiro, em Brasília, demonstraram que extremistas de direita estão dispostos contra as instituições e as vidas de quem pensa ou age diferente.

Talvez, por isso, a quantidade de pessoas que foram até a praça do Derby, numa tarde de segunda-feira do mês mais modorrento do ano, surpreendeu até os coordenadores das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, da Coalizão Negra por Direitos e da Convergência Negra.

O jovem Luan Silva, da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, resumiu assim o motivo de estar no Derby por serem inaceitáveis as atrocidades que os fascistas cometeram. “A democracia brasileira foi construída com várias mãos que tombaram em defesa dela. Por isso, precisamos dar essa resposta”.

Do Derby, a multidão seguiu pelo tradicional corredor da avenida Conde da Boa Vista até a ponte Duarte Coelho, onde fez uma curva à esquerda rumo ao monumento Tortura Nunca Mais. O encerramento da passeata não poderia ter um local mais simbólico.

Antes do Hino Nacional, que fechou a manifestação, o diretor da Central Única dos Trabalhadores, Paulo Rocha, disse emocionado: “Somos os verdadeiros patriotas”.

Sob a luz do por do sol, multidão usando em sua maioria camisas vermelhas leva uma grande bandeira do Brasil.

No Derby, multidão começa a se formar em torno da bandeira do Brasil. Crédito: Arnaldo Sete/MZ Conteúdo

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