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Samela Awiá, do povo Sateré Mawe, do Amazonas, é uma jovem comunicadora indígena que participará do debate sobre jornalismo influencer e a construção de narrativas de resistência nas redes sociais. Crédito: Matheus Ponce
De 1 a 8 de outubro acontece de forma online a segunda edição do FALA! – Festival de Comunicação, Culturas e Jornalismo de Causas. A iniciativa debate o papel dos meios de comunicação como ferramenta na construção de uma democracia plena, discutindo a importância da cultura, identidade e diversidade de linguagens.
Entendendo que a difusão de informações ocorre para além dos profissionais de jornalismo, o Festival FALA! promove uma programação de debates e cursos com participação de pesquisadores do tema na Academia, que atuam na comunicação de base e nas manifestações artístico-culturais da América Latina; e de agentes que comandam plataformas independentes de jornalismo em diversas regiões do Brasil. Com isso, o FALA! amplia a conversa sobre as possibilidades que consideram a diversidade de vozes, os novos atores nestes cenários, financiamento do jornalismo de causa, linguagens e regionalidades.
O FALA! – Festival de Comunicação, Culturas e Jornalismo de Causas é idealizado e organizado por quatro grupos de mídia independente: Alma Preta Jornalismo (SP), Marco Zero Conteúdo (PE), 1Papo Reto (SP) e Ponte Jornalismo (SP), com produção da ZporZ e apoio do Sesc-SP, Repórteres Sem Fronteiras, Open Society e Vai Voando.
Para os realizadores do festival, o jornalismo de causas ainda é um nicho nos principais encontros de jornalistas brasileiros: “nós pretendemos discutir de forma mais aprofundada a relação entre arte, cultura e um jornalismo posicionado e comprometido com a diversidade e a pluralidade de vozes e corpos. É importante que construamos estes espaços de discussão para fortalecer o compromisso do jornalismo com a democracia, sem as meias-palavras e omissões do passado recente”, explica Laércio Portela, da Marco Zero e um dos idealizadores do FALA!. A programação completa do festival será transmitida pela plataforma do Sesc Avenida Paulista, parceiro do evento.
A mesa de abertura do Festival, que acontece no dia 1º, às 19h, tem como tema “Como o jornalismo, a arte e a cultura podem colaborar na reconstrução desse mundo moderno que se encontra em ruínas?”. A fala inaugural fica por conta de Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo. Participam desta conversa mediada por Laércio Portela, editor e cofundador da Marco Zero Conteúdo, a jornalista e pesquisadora Rosane Borges; Donminique Azevedo, jornalista e especialista em Raça, Gênero e Sexualidades; e a cantora, escritora e pesquisadora Fabiana Cozza.
Dando continuidade à programação, o festival apresenta o painel “Jornalismo e democracia: ou vai ou racha!”, com a presença das jornalistas Cristina Serra, da Folha de São Paulo (SP), Ana Paula Rosário, do canal Corpo Político, e Cecília Oliveira, do The Intercept (RJ). Com mediação de Pedro Borges, cofundador e editor chefe do Alma Preta Jornalismo, a conversa acontece no dia 2, às 10h. Neste mesmo dia, às 15h, acontece a mesa “Jornalismo influencer: resistência narrativa nas redes“, com a presença de Samela Awiá, comunicadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib); Martihene Keila, jornalista e cofundadora do coletivo Sargento Perifa (PE) e Xico Sá, jornalista, escritor e colunista do El País Brasil. A mediação será do ativista e empreendedor social Raull Santiago, do Perifa Connection.
Com mediação do jornalista Rosenildo Ferreira, de 1Papo Reto, a mesa “Quem vai financiar o jornalismo independente no Brasil” abre a programação do terceiro dia, com a participação da Daniele Moura, do Jornal Maré Notícias (RJ), Elaine Silva, do Alma Preta Jornalismo (SP), e Rogério Christofoletti, jornalista e professor da Universidade Federal de Santa Catarina, discutindo possibilidades de viabilização financeira para veículos engajados em causas.
No dia 3, às 15h, fechando a programação de debates, a mesa “Diálogos Sul-Sul” discute a importância das pontes entre os veículos latinoamericanos com Cesar Bartiz, do jornal El Pitazo, da Venezuela, Alecsandra Matias de Oliveira, pesquisadora do Centro Mario Schenberg de Documentação e Pesquisa em Artes (ECA USP), e Alejandro Valdéz, comunicador visual, diretor e cofundador do El Surti, do Paraguai. A mediação será de Jessica Tamyres dos Santos, editora de relacionamento da Ponte Jornalismo.
Além dos painéis, o Festival FALA! traz, ainda, o curso “Jornalismo, o mundo moderno e as novas formas de mediação”, que será ministrado pela professora pós-doutora Rosane Borges de 5 a 8 de outubro. O curso será dividido por temas em quatro módulos, tendo dois convidados por tema para discutir experiências e vivências dentro do campo da comunicação. A inscrição para participar do curso é gratuita e pode ser feita a partir das 14h do dia 28, no total de 120 vagas.
Módulo 1: Diversidade, Pluralidade e Inclusão: requisitos para um jornalismo democrático. Facilitadoras: Jornalistas Maju Coutinho e Flávia Lima;
Módulo 2: Ler e Dizer o Mundo de Forma Minimalista: as camadas do invisível e as narrativas de mulheres negras. Facilitadoras: ativista Neon Cunha e Alane Reis, jornalista da Revista Afirmativa;
Módulo 3: Jornalismo e Novas Formas de Enquadramento: as experiências dos povos originários na captura e transmissão de imagens. Facilitadoras: artista e ativista Yacunã Tuxã, e poeta e geógrafa Márcia Kambeba;
Módulo 4: Música, Literatura e Dança: trançado de códigos que informam sobre o mundo. Facilitadores: cantora Fabiana Cozza e compositor Salloma Salomão
Sobre o Festival FALA!:
FALA! é um festival de jornalismo e cultura que propõe o debate sobre o futuro do jornalismo e seu papel dentro da sociedade brasileira a partir da perspectiva popular, tendo a diversidade e a pluralidade de vozes como premissa para abordar todos os temas.
O diálogo com iniciativas da cultura e da comunicação populares como possibilidades informativas é um dos objetivos do Festival, que quer impulsionar novas iniciativas, formatos e propostas que acolham as várias formas de linguagem.
O festival também busca abordar os temas urgentes do jornalismo independente, como alternativas de financiamento, proteção dos jornalistas, capacitação e fomento das redes de fortalecimento das mídias independentes.
É um coletivo de jornalismo investigativo que aposta em matérias aprofundadas, independentes e de interesse público.