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Jovens Defensores Populares chega a Pernambuco para formar agentes de transformação social

Marco Zero Conteúdo / 02/06/2025
Na imagem, seis jovens participam de um evento em um palco. Todos vestem camisetas brancas com a frase “Jovens Defensores Populares”. Cinco estão sentados em fila, enquanto um jovem com cabelo crespo está em pé, falando ao microfone com um papel na mão. O grupo demonstra atenção e envolvimento; alguns batem palmas. Ao fundo, há uma tela de projeção com textos sobre direitos e defensores populares. O ambiente é colorido e iluminado, com destaque para uma parede verde e uma planta decorativa à frente do palco. Há garrafas de água no chão ao lado das cadeiras.

Crédito: Divulgação

O programa Jovens Defensores Populares, uma iniciativa do Governo Federal, foi lançado no auditório do Campus Recife do IFPE. Executado pela Fiocruz, por meio da Agenda Jovem Fiocruz, em parceria com a Secretaria de Acesso à Justiça (SAJU/MJSP) e a Secretaria Nacional da Juventude (SNJ), o projeto tem como proposta formar agentes de transformação e ampliar o acesso à justiça em áreas periféricas. Pernambuco é um dos seis estados brasileiros a receber o programa.

Aqui, o projeto acontece nas cidades do Recife e de Olinda, envolvendo jovens de bairros como Peixinhos e Xambá em Olinda, e Chão de Estrelas, Linha do Tiro, Santo Amaro e Várzea no Recife. O programa nacional pretende formar mil jovens de regiões periféricas, favelas, comunidades tradicionais e de baixa renda em direitos. Os jovens participantes em Pernambuco têm entre 18 e 29 anos e foram selecionados por busca ativa e articulação com cursinhos populares, organizações da sociedade civil e coletivos de base. São, em sua maioria, jovens negros e negras, de baixa renda e com forte atuação comunitária.

O programa pretende fortalecer o engajamento cívico e político das juventudes e estimular a criação de soluções locais para desafios sociais, promovendo o acesso à justiça onde ele é mais necessário. Segundo a secretária de Acesso à Justiça do MJSP, Sheila de Carvalho, o projeto nasce do reconhecimento de que os próprios jovens das periferias são os mais capacitados para denunciar e enfrentar as violações que vivem diariamente. O papel do programa é oferecer ferramentas, formações e redes de apoio para que esses jovens se tornem protagonistas na defesa de seus direitos.

A escolha por Pernambuco se deu pelo histórico alarmante de violações de direitos no estado, incluindo violência policial, racismo, precarização de serviços públicos e ausência de mecanismos de escuta ativa da juventude. O estado, apesar de sua rica cultura popular e tradições, apresenta territórios com grande desigualdade social, com juventudes expostas à violência e baixa presença de políticas públicas estruturantes. Dados reforçam essa realidade: o Atlas da Violência 2023 indica que mais de 75% das vítimas de homicídio em Pernambuco são negras, e quase metade tem entre 15 e 29 anos. Em 2022, a Ouvidoria Nacional registrou mais de 4.200 denúncias de violações de direitos humanos no estado.

Além de Pernambuco, o programa Jovens Defensores Populares ocorre no Rio de Janeiro e em São Paulo, com Pará, Bahia e Distrito Federal sendo as próximas localidades a recebê-lo.

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Marco Zero Conteúdo

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