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Por Eduardo Amorim
Do Centro Sabiá
Delegados e delegadas federais presentes na 2ª Conferência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (2ª Cnater), coordenada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf), entregaram coletivamente seus cargos, nesta quinta-feira (02). Logo depois, a ministra Tereza Campelo foi recebida com muita vibração pelas cerca de 1.000 pessoas presentes no Centro de Convenções Ulisses Guimarães.
Coordenador do Centro Sabíá no Agreste de Pernambuco, Carlos Magno, considerou emocionante o discurso da representante do Governo Dilma Roussef e fez questão de gravá-lo pelo celular. A ministra citou os avanços obtidos pelas três últimas gestões e destacou a mobilização dos movimentos sociais e especialmente os ganhas na política de desenvolvimento rural. “Como o campo mudou? Como mudou a nossa agricultura familiar. E como nós fortalecemos o campo! Talvez de todas as transformações que esse país passou na educação, na saúde, na assistência, a do campo tenha sido a transformação mais profunda, por onde a renda mais cresceu, onde a paisagem mais mudou. A gente olha o semiárido nordestino e vê tem outra cara, é outra paisagem. Não só porque está coalhado de cisternas, dessas nossas cisterninhas lá, lindas e branquinhas (palmas). Mudou porque você não vê mais o povo ter que abandonar a terra sofrendo com a seca, porque nós estamos um novo modelo de produzir que é o da convivência com o semiárido. Mudou porque estamos discutindo como produzir mais de forma saudável com agroecologia e com a produção de sementes crioulas. E essa mudança toda não é resultado de uma ação só”, resumiu ela, sendo interrompida várias vezes pela vibração da plateia.
Tereza Campelo lembrou que o trabalho não foi completo, porque não é fácil superar 500 anos de exclusão. Mas fez questão de dizer que as mudanças no campo são fruto de um complexo trabalho, que envolve diversos projetos da sociedade civil e do Governo Federal. Para ela, não foi só o Bolsa Família ou o projeto de implantação de cisternas que mudou a situação no meio rural, também é preciso lembrar da aposentadoria rural, que chegou na maioria da população, do aumento do Pronaf, do seguro safra e de diversos projetos que têm sido implantados nos últimos anos.
Antes da chegada da ministra, carta assinada pelos Delegados e Delegadas Federais do Ministério do Desenvolvimento Agrário do Governo Dilma Roussef foi divulgada. “Considerando que o MDA é fruto de uma conquista dos movimentos sociais camponeses e da luta por reforma agrária, não reconhecemos e nem faremos parte desse governo golpista de Michel Temer: conservador, reacionário, criminalizador de movimentos sociais, extirpador dos direitos das mulheres, da juventude, dos índios e dos quilombolas”, diz um trecho do documento.
O evento acontece no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília e tem a presença de representantes do Centro Sabiá. Mais de mil pessoas de todo o país estão na capital federal para discutir os rumos da política de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) para os próximos anos, sob o lema “Ater, Agroecologia e Alimentos Saudáveis”. Mas, como não poderia deixar de ser, o combate ao golpe virou o mote principal.
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