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Na cidade mais violenta de Pernambuco, festival garantiu arte e cultura para jovens do Cabo de Santo Agostinho

Marco Zero Conteúdo / 30/08/2023

Crédito: Rafael Negrão / CMC

Na cidade mais violenta de Pernambuco – e quinta no ranking nacional da violência – a juventude do Cabo de Santo Agostinho foi a praça pública para demonstrar que a força da produção cultural é maior do que o medo. A 3ª Edição do Festival SOMA, reuniu na Praça da 55, na Vila da Cohab crianças, jovens e pessoas idosas em um caldeirão efervescente de arte, cultura e política. O festival foi organizado pelo Fórum de Juventudes do Cabo (Fojuca), com apoio do Centro de Mulheres do Cabo.

Para o integrante do Fojuca, Matheus Mariano, o SOMA teve como objetivo ocupar a cidade e lutar pelo direito à vida da juventude. “A partir da ocupação dos espaços públicos, a gente consegue chamar a atenção da sociedade e do governo para a juventude, pois é a arte, a cultura e a educação podem fazer superar os altos índices de violência da nossa cidade”, pontuou Mariano, que é mestre e cientista social.

Quem ratificou as palavras de Matheus foi também a poetisa, artista negra do Cabo Maria Clara, mais conhecida como Clarinha, uma das atrações do SOMA. “Nós estamos provando que a cultura da nossa cidade é viva, ela pode refugiar as nossas energias trazendo para outros jovens realidades e a esperança de que a gente pode ser livre. O Cabo é a cidade da cultura viva dos jovens negros, das trans e das pessoas que acreditam na cultura. Nosso município é o berço de talentos”, afirmou a jovem que também participa da Orquestra Sororizar composta apenas por mulheres.

A estudante universitária e embaixadora da juventude pernambucana pela ONU, Maria Fernanda Ribeiro, moradora do Cabo, foi conferir o SOMA, e ressaltou a importância da iniciativa. “ É de suma importância estarmos aqui, pois 60% da nossa juventude tem sido assassinada no nosso município. Hoje, fazemos um apelo para nos somarmos ao FOJUCA e a esse festival reivindicando o direito à nossa existência”, salientou a jovem ativista.

O evento foi aberto pelo desfile de moda Ecofashion que visou refletir sobre a moda sustentável, tendo como atrações: a Zabumba do Mestre Chimba, A Quadra, Coco de Seu Zé Moloque, Clarinha MC, MC Nanny Nagô, Atlazotrem, Lorenna Mesmo e Lucas Aldr, Lucas Marques, Thaís Lacerda, Cone Stúdio, Pixain Crew, Dj Mason e o rapper CJFLOW. Além disso, houve apresentação da ópera popular com o Boi da Lua de Nazaré e declamação de poesias. Também teve uma feirinha para jovens empreendedores/as.

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