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Em 2024, ao menos 13 mulheres foram vítimas de violência a cada 24 horas nos nove estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança – Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo.
O novo boletim Elas vivem: um caminho de luta, divulgado nesta quinta-feira (13), revela um preocupante aumento de 12,4% nos casos registrados em relação a 2023, totalizando 4.181 vítimas. Entre os estados analisados, Pernambuco se destaca negativamente, liderando o número de mortes de mulheres no Nordeste, com 167 casos de feminicídio, transfeminicídio e homicídio.
A 5ª edição do relatório denuncia a persistência da violência de gênero no Brasil, abordando não apenas os números, mas também a brutalidade dos crimes e os desafios para a erradicação desse fenômeno. Os dados apontam que 70% dos feminicídios foram cometidos por companheiros ou ex-companheiros, evidenciando o perigo que muitas mulheres enfrentam dentro de casa. Acesse o boletim completo aqui.
Pernambuco registrou um total de 312 crimes violentos contra mulheres. Apesar de uma leve redução de 2,2% nos casos em relação a 2023, o estado continua ocupando a segunda posição no ranking de mortes femininas entre os estados monitorados, ficando atrás apenas de São Paulo.
Nos demais estados que integram o levantamento, a situação também é preocupante:
1. São 4.181 vítimas registradas em 2024, um aumento de 12,4% em relação a 2023;
2. Foram registrados 531 casos de feminicídio nos nove estados monitorados pela Rede, um a cada 17h;
3. Aumento de 22,1% dos homicídios (excetuando Amazonas) em comparação a 2023;
4. 70% dos feminicídios foram cometidos por companheiros e ex-companheiros;
5. 12 vítimas de transfeminicídio;
6. No Amazonas, 84,2% das vítimas de violência sexual tinha de 0 a 17 anos;
7. Pernambuco lidera em casos de mortes de mulheres no Nordeste, com 167 vítimas;
8. Com 1.177 casos, São Paulo é o único estado entre os monitorados que registra acima de mil eventos de violência;
9. Maranhão tem aumento alarmante de 87,1% nas violências contra mulheres;
10. Rio de Janeiro é o estado com mais casos de violência envolvendo agentes de segurança;
11. Ceará tem o maior registro de violências contra mulheres desde a criação da Rede de Observatórios;
12. Piauí apresenta aumento de 17,8% nos eventos de violência;
13. Pará apresenta aumento de 73,2% na violência contra mulheres.
O relatório também destaca a subnotificação dos casos e a necessidade de aprimorar mecanismos de proteção às mulheres, como Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) e a implementação efetiva da Lei Maria da Penha. Segundo Edna Jatobá, representante da Rede de Observatórios da Segurança em Pernambuco, “apesar dos avanços legais, a violência contra mulheres segue alarmante e exige uma atuação mais contundente do poder público”.
Jornalista e mestra em Comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco.