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Petroleiros também vão parar

Inácio França / 26/05/2018

Foto: Federação Única dos Petroleiros

Neste domingo, 27 de maio, começa a mobilização nacional dos petroleiros: quando acabar o expediente dos funcionários que estiverem trabalhando no turno da madrugada das seis unidades que o Governo Federal quer colocar à venda, não haverá equipes para fazer a rendição. Assim, na manhã de domingo, o refino e a produção serão interrompidos nas refinarias Abreu e Lima (PE), Landulpho Alves (BA), Getúlio Vargas (PR), Alberto Pasqualini (RS) e nas fábricas de fertilizantes Araucária Hidrogenados (PR) e Fafen (BA).

No dia 30, quarta-feira, os petroleiros darão início a uma greve geral de três dias. A escolha da data não foi obra do acaso: no dia 31 de maio será o 23º aniversário do encerramento da greve de 1995, que impediu os planos do então presidente Fernando Henrique Cardoso de privatizar a Petrobras.

Coordenador do Sindipetro dos estados da Paraíba e Pernambuco, Luiz Antônio Lorenzon, explicou que nenhum item salarial foi incluído na pauta de reivindicações. “Nossa mobilização e paralisação tem cinco objetivos: Redução dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha; manutenção dos empregos e retomada da produção interna de combustíveis; fim das importações da gasolina e outros derivados de petróleo; contra as privatizações e desmonte do Sistema Petrobrás; demissão de Pedro Parente da Presidência da Petrobrás”.

Segue abaixo a íntegra da convocação da Federação Única dos Petroleiros, distribuída para 13 sindicatos e 100 mil funcionários da Petrobras:

Petroleiros vão à greve para abaixar preços do gás de cozinha e combustíveis

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos filiados convocam a categoria petroleira para uma greve nacional de advertência de 72 horas. Os trabalhadores do Sistema Petrobrás iniciarão o movimento a partir do primeiro minuto de quarta-feira, 30 de maio, para baixar os preços do gás de cozinha e dos combustíveis, contra a privatização da empresa e pela saída imediata do presidente Pedro Parente, que, com o aval do governo Michel Temer, mergulhou o país numa crise sem precedentes.

A atual política de reajuste dos derivados de petróleo, que fez os preços dos combustíveis dispararem, é reflexo direto do maior desmonte da história da Petrobrás. Os culpados pelo caos são Pedro Parente e Michel Temer, que, intensifica a crise ao convocar as força armadas para ocupar as refinarias. A FUP repudia enfaticamente mais esse grave ataque ao Estado Democrático de Direito e exige a retirada imediata das tropas militares que estão nas instalações da Petrobrás.

A greve de advertência é mais uma etapa das mobilizações que os petroleiros vêm fazendo na construção de uma greve nacional por tempo indeterminado, que foi aprovada nacionalmente pela categoria. Os eixos principais do movimento são a redução dos preços dos combustíveis, a manutenção dos empregos, a retomada da produção das refinarias, o fim das importações de derivados de petróleo, não às privatizações e ao desmonte da Petrobrás e a demissão de Pedro Parente da presidência da empresa.

Já neste domingo, 27, os petroleiros farão novos atrasos e cortes de rendição nas quatro refinarias e fábricas de fertilizantes que estão em processo de venda: Rlam (BA), Abreu e Lima (PE), Repar (PR), Refap (RS), Araucária Nitrogenados (PR) e Fafen Bahia.

Na segunda-feira, 28, a FUP e seus sindicatos realizarão um Dia Nacional de Luta, com atos públicos e mobilizações em todo o Sistema Petrobrás, denunciando os interesses que estão por trás da política de preços de combustíveis, feita sob encomenda para atender o mercado e as importadoras de derivados. A gestão entreguista de Pedro Parente está obrigando a Petrobrás a abrir mão do mercado nacional de derivados para as importadoras, que hoje são responsáveis por um quarto de todos os combustíveis comercializados no país.

O número de importadoras de derivados quadruplicou nos últimos dois anos, desde que Parente adotou preços internacionais, onerando o consumidor brasileiro para garantir o lucro do mercado. Em 2017, o Brasil foi inundado com mais de 200 milhões de barris de combustíveis importados, enquanto as refinarias, por deliberação do governo Temer, estão operando com menos de 70% de sua capacidade. O povo brasileiro não pagará a conta desse desmonte.

Todos contra a entrega do Sistema Petrobrás. Todos contra o aumento dos combustíveis. Privatizar faz mal ao Brasil.

Fora Pedro Parente!

AUTOR
Foto Inácio França
Inácio França

Jornalista e escritor. É o diretor de Conteúdo da MZ.