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Mesa de abertura do Festival Fala! em homenagem ao poeta Miró da Muribeca´Crédito: Laércio Portela
Por Jennifer Oliveira
Com a presença de Odailta Alves, Isaar, Rosa Maria, Flavão e Pedro Lins, o primeiro dia do FALA! Festival de Comunicação, Culturas e Jornalismo de Causas foi marcado pela emoção de trazer as memórias e histórias do poeta Miró da Muribeca, falecido em 2022. O artista ficou conhecido por denunciar as problemáticas sociais de uma forma direta, profunda e genial. “A literatura de Miró vem para quebrar com esse silenciamento, vem dizer que nós existimos. Que se eu estou aqui hoje é graças a Miró que veio antes”, afirma a escritora e idealizadora do projeto Mala Preta, Odailta Alves.
Abrir o festival falando desse poeta, em uma mesa com artistas e comunicadores, na cidade que é palco de talentos e potências sociais, é reforçar o compromisso com os novos debates sobre a forma de fazer jornalismo. Laércio Portela, um dos idealizadores do FALA! e cofundador da Marco Zero Conteúdo, enxerga que “Recife, e eu falo especialmente da resistência política e cultural que vem das suas periferias, é a cidade que é a cara e a síntese do que é o festival. Que propõe a discussão sobre um jornalismo que se compromete, tem uma pauta progressista, de compromisso com uma série de causas, um jornalismo antirracista, em defesa da justiça social e dos direitos humanos. Com uma carga de energia e de força que vai beber na cultura e na arte a inspiração e as linguagens de proximidade com os territórios”.
A proposta é que o jornalismo e a comunicação sejam pensados de uma forma além do que está posto na mídia tradicional. A música, a dança, a poesia e a arte como um todo tem o papel de comunicar e chegar nas periferias e em lugares que o tradicional não chega. “A gente sentiu que o festival poderia ser o início de uma discussão de como outras vozes podem participar e como isso pode fazer bem pro jornalismo. A gente sente que, por exemplo, muita gente não imaginava que era possível fazer um jornalismo de outra forma. Inclusive, dentro das universidades não se coloca isso”, afirma Antônio Junião, cofundador da Ponte Jornalismo e do Instituto FALA!
A noite contou ainda com intervenções artísticas de Isaar acompanhada de Vinicius Barros e do Afoxé Omô Nilê Ogunjá. Quem for ao festival nos próximos dias também vai se deparar com a arte do grafiteiro Adelson Boris que trouxe as referências do festival para o painel que fica no palco, além de acompanhar as reportagens vencedoras do edital lançado no FALA! 2022 que aconteceu em Salvador. A programação segue nesta sexta (22) e sábado (23). Ainda é possível se inscrever de forma gratuita através do sympla.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO:
22/09 | Sexta
10h00 – INTERVENÇÃO ARTÍSTICA – Siba Puri
10h15 – MESA – Comunicação e ancestralidade: memória e linguagem para a transformação
11h45 – SESSÃO OPORTUNIDADES – Pulitzer Center
14h – OFICINA – Histórias visuais: a comunicação em movimento
14h – OFICINA – Jornalismo e outras formas de contar histórias
15h45 – INTERVENÇÃO ARTÍSTICA – Bione
16h – MESA 2 – Incidências climáticas: meio ambiente e direito à vida em pauta
17h45 – RODA DE CONVERSA – Questões Identitárias ou Estruturais? O que pode o jornalismo de causas
19h30 – INTERVENÇÃO ARTÍSTICA – Jornada de MCs
23/09 | Sábado
10h00 – INTERVENÇÃO ARTÍSTICA – Orun
10h15 – MESA – Território como meio e mensagem da comunicação posicionada
11h45 – SESSÃO OPORTUNIDADES – Google
14h – OFICINA – Grana e afeto
14h – RODA DE CONVERSA – Educação Midiática: caminhos para combater a desinformação e o discurso de ódio
15h45 – INTERVENÇÃO ARTÍSTICA – Manifesto de Cultura Popular
16h – MESA: Jornalismo de causas e o tripé do poder: Política, Economia e Justiça
17h30 – ENCERRAMENTO
18h – INTERVENÇÃO ARTÍSTICA – Som na Rural com Mãe Beth de Oxum e Rayssa Dias
É um coletivo de jornalismo investigativo que aposta em matérias aprofundadas, independentes e de interesse público.