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Representantes de entidades de três continentes conhecem como agricultores do agreste se adaptam às mudanças climáticas

Marco Zero Conteúdo / 14/05/2025
A imagem mostra um grupo de pessoas reunidas em um ambiente rural, ao ar livre, em torno de uma cisterna branca. Elas estão vestindo camisetas brancas e bonés bege, e algumas usam fones de ouvido, como se estivessem participando de um treinamento ou atividade educativa. O foco da atenção do grupo são dois homens—um vestindo camiseta branca e o outro, uma azul e branca—que parecem estar conduzindo a atividade. Ao fundo, há uma construção branca com uma porta azul aberta e uma árvore solitária em um campo seco, o que reforça a atmosfera rural do cenário.

Crédito: Arnaldo Sete/Marco Zero

Mais de 90 pessoas, incluindo 72 representantes de entidades da África, Ásia e América Latina e Caribe, visitaram na última sexta-feira, 9 de maio, áreas rurais de Vertentes e Vertente do Lério, no Agreste Pernambucano. O grupo veio a Pernambuco para conhecer experiências que buscam formas sustentáveis de adaptação ao clima semiárido. A visita foi organizada pelo Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá, com apoio do Fundo de Adaptação, mecanismo internacional voltado para financiar iniciativas em países vulneráveis às mudanças climáticas.

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O Fundo de Adaptação foi criado em 2001 como parte do Protocolo de Quioto da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e financia projetos em países em desenvolvimento, especialmente aqueles mais vulneráveis às mudanças climáticas.

Durante a manhã, os visitantes tiveram contato com diversas tecnologias sociais implementadas na região, como cisternas para armazenamento de água, sistemas de reúso de água cinza, bancos de sementes crioulas, biodigestores e o Fundo Rotativo Solidário. Além disso, acompanharam experiências de comercialização de produtos agrícolas e práticas agroflorestais desenvolvidas pelo Centro Sabiá.

A comitiva visitou três propriedades rurais onde famílias agricultoras têm utilizado essas tecnologias para garantir segurança hídrica e alimentar, apesar das adversidades climáticas. No sítio Caruá, em Vertentes, Cilene e José Severino de Lima, conhecido como “Zé Bocão”, demonstraram como a captação e armazenamento de água permitiram aumentar a produção e a criação de animais. Em Vertente do Lério, a jovem agricultora Larissa Silva apresentou sua experiência no Sítio Vermelho, onde a agrofloresta e o acesso ao Fundo Rotativo foram determinantes para fortalecer a produção agrícola e pecuária.

Outra parada foi no Sítio Chã do Pavão, propriedade do agricultor e professor Rafael Bezerra. Com recursos do Fundo Rotativo, Bezerra instalou múltiplas cisternas e implementou o reúso de água para irrigação da agrofloresta. Além da produção agrícola, ele e sua família também criam animais e construíram um biodigestor para geração de gás de cozinha a partir dos dejetos dos suínos.

No período da tarde, os participantes se reuniram em Surubim para um seminário sobre adaptação climática em regiões secas, onde trocaram experiências e discutiram soluções para enfrentar os desafios impostos pelo clima semiárido.

A coordenadora geral do Centro Sabiá, Maria Cristina Aureliano, explica que “o intercâmbio possibilitará visbilidade às tecnologias socias desenvolvidas pelas comunidades locais e que são solucões efetivas de adaptação e convivência com o clima semiárido. Essas iniciativas precisam ganhar escala e para isso precisam estar incluídas nos financiamentos para adaptação e mitigação às mudanças climáticas”.

O Fundo de Adaptação foi criado em 2001 como parte do Protocolo de Quioto da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e financia projetos em países em desenvolvimento, especialmente aqueles mais vulneráveis às mudanças climáticas.

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Marco Zero Conteúdo

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