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Seminário sobre reúso de águas discute programa de saneamento rural no semiárido

Articulação do Semiárido (ASA) promove encontro em Pau dos Ferros (RN)

Marco Zero Conteúdo / 09/04/2024
Na foto, há duas pessoas ao ar livre, próximas a uma estrutura de concreto que parece ser um poço. O cenário é um campo aberto com vegetação esparsa e um céu parcialmente nublado. As duas pessoas estão interagindo com o ambiente: uma está em pé, vestindo uma camisa rosa e calças escuras, enquanto a outra, que usa chapéu e veste uma camisa listrada verde e bege, está inclinada para olhar dentro do poço. A estrutura de concreto tem uma bomba manual de metal presa ao lado.

Crédito: Divulgação/ASA
O quê, quando e onde?

  • Seminário sobre Saneamento Rural e Reúso de Águas no Semiárido
  • Data: 11 e 12 de abril de 2024
  • Local: Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) – campus Pau dos Ferros (RN)

A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) realiza nos dias 11 e 12 de abril o “Seminário sobre Saneamento Rural e Reúso de Águas no Semiárido”, no auditório da biblioteca da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), na cidade de Pau dos Ferros. O evento reunirá cerca de 60 representantes de organizações sociais do Nordeste e de Minas Gerais, além de pesquisadores e convidados de institutos e outros centros de estudo da região e do Rio de Janeiro.

A ideia é construir a proposta de um programa inédito de saneamento rural para o Semiárido a partir de consensos sobre a segurança sanitária e ambiental dos sistemas de reúso de água. Com técnicas e modelos variados, essas estruturas têm a função de coletar as chamadas “água cinzas”, provenientes de ralos e pias, e também as “águas fecais” para serem tratadas e utilizadas na irrigação de lavouras.

A coordenadora geral do Centro Sabiá e integrante do grupo de trabalho da ASA que trata do tema, Maria Cristina Aureliano, explica que há uma diversidade de sistemas como bioágua, decanto-digestor, bacia de evapotranspiração e UASB [Upflow Anaerobic Sludge Blanket], por exemplo. Essas e outras experiências já vêm sendo testadas, nos últimos anos, por organizações sociais do Semiárido.

Os sistemas de reúso favorecem a destinação correta do esgoto contribuindo para a preservação do meio ambiente e a promoção da saúde das famílias agricultoras. Além disso, a água purificada é uma alternativa para a produção de alimentos em uma região onde as chuvas são irregulares os investimentos, historicamente, insuficientes.

“Esse seminário será um momento de síntese de três oficinas que foram realizadas entre dezembro de 2023 e março deste ano, onde a gente fez uma profunda imersão junto com pesquisadores do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e da FioCruz, sobre parâmetros físicos, químicos e biológicos da água. Desses consensos que a gente construiu, a ideia é que eles possam compor uma proposta de programa de saneamento rural para o semiárido”, afirma Maria Cristina.

Programação

O Seminário sobre Saneamento Rural e Reúso de Águas no Semiárido começa na quinta-feira (11), às 8h, com a apresentação de uma experiência de reaproveitamento da água. Depois de uma sequência de mesa-redonda e debates, os participantes viajam para o município de São Miguel, a 42 quilômetros de distância, para conhecer na prática a experiência de Francineide Gonçalves e Luiz Gonçalves Sobrinho. O casal de agricultores é acompanhado pelo Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários (Seapac), organização que integra a ASA, e conta em sua propriedade com cisternas de placa, biodigestor, sistema de reúso de águas cinzas e secador solar.

Na sexta-feira (12), o seminário será retomado com trabalhos em grupo. A expectativa dos organizadores é que sejam estabelecidas as bases do documento que poderá ser usado para a implantação de políticas públicas para saneamento rural e reúso de água no Semiárido.

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