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Ana Patrícia Alves (PCO) desiste de candidatura ao governo de Pernambuco

Maria Carolina Santos / 03/10/2018

Ana Patrícia Alves durante o debate da Metrópole. Foto: Inês Campelo/MZ Conteúdo

adalgisasaberturaFaltando apenas seis dias para o primeiro turno, Ana Patrícia Alves, do Partido da Causa Operária (PCO), abandonou a disputa pelo governo de Pernambuco. O anúncio foi feito ontem (02) em uma pequena coletiva de imprensa. A candidatura dela já havia sido indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral porque o PCO não havia apresentado um CNPJ de Pernambuco.

Em conversa com a Marco Zero nesta manhã, Ana Patrícia afirmou que tomou a decisão para não ver os votos que eventualmente iria receber serem anulados. “Eu coloquei recurso uma vez, caiu. Duas vezes, caiu. O PCO não apresentou o CNPJ e nem ia apresentar, porque precisava ser reaberto e não daria nem tempo. Então, quem votasse em mim iria ter o voto anulado de todo jeito. Se o eleitor quiser votar nulo, ok, é um direito dele. Mas eu não ia fazer a pessoa sair de casa, votar em mim acreditando que era um voto válido e depois ter o voto anulado”, afirmou.

Como não há tempo hábil para a mudança na urna eletrônica, a foto de Ana Patrícia ainda irá aparecer e os eventuais votos nela serão anulados. Já otempo da propaganda eleitoral gratuita, que já termina amanhã, será redistribuído com os outros candidatos, após a homologação da desistência.

Ana Patrícia se mostrou desapontada com a atuação do PCO, que ela conheceu no ano passado por meio de vídeos de Rui Costa Pimenta no YouTube. Ela afirma não ter recebido nenhum centavo de verba – apesar de no site do TSE constar R$ 600 do fundo partidário – e que o único apoio que recebeu do partido foi uma remessa de santinhos, que só chegaram há uma semana, quando sua candidatura já estava indeferida.

Na próxima segunda-feira (08), ela vai se desfiliar do PCO. “Não me identifico mais ideologicamente com o partido. Só fui perceber isso depois que saí candidata”, afirma.

Mesmo com a retirada da candidatura, Ana Patrícia vê com bons olhos esta sua primeira campanha eleitoral. “Foi muito bom ver o povo, ver pessoas que iam votar em mim, que acreditavam. Eu queria ter ido até o fim. Eu sabia que não ia ficar em primeiro, nem em segundo, mas queria ver até onde poderia ir, quantos votos poderia levar para o PCO”, diz.

Questionada sobre os próximos passos, Ana Patrícia, que é agente comunitária em Jaboatão dos Guararapes, diz que quer apenas permanecer na política. “Estou aberta a convites de outros partidos. Se estiverem de acordo com a minha ideologia, irei aceitar. Quero me candidatar de novo e me preparar melhor para a próxima vez”, diz. Ana Patrícia não declarou apoio a nenhum outro candidato.

Prestação de contas

Para não ficar em débito com a Justiça Eleitoral, todo candidato que renuncia ou desiste tem também que fazer prestação de contas. Este é, inclusive, um dos riscos de quem aceita uma candidatura “laranja”. O PCO possui apenas um único advogado para todas as candidaturas do país, o que dificulta bastante os trâmites. “Logo depois das eleições vou cuidar desta prestação. Até porque não quero ficar inelegível”, disse Ana Patrícia.

AUTOR
Foto Maria Carolina Santos
Maria Carolina Santos

Jornalista pela UFPE. Fez carreira no Diario de Pernambuco, onde foi de estagiária a editora do site, com passagem pelo caderno de cultura. Contribuiu para veículos como Correio Braziliense, O Globo e Revista Continente. Ávida leitora de romances, gosta de escrever sobre tecnologia, política e cultura. Contato: carolsantos@gmail.com