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Crédito: Arnaldo Sete/MZ Conteúdo
Mais de duas mil mulheres marcharam pelas ruas do Centro do Recife neste 8 de Março para pedir o fim da política de fome e de morte do governo Bolsonaro. Plurais e diversas, elas construíram um 8M histórico e se juntaram a tantas outras mulheres ao redor do Brasil e do mundo na luta contra o machismo, o racismo, o feminicídio e o transfeminicídio.
O ato se concentrou no Parque 13 de Maio, às 15h, e saiu às 17h em direção ao Pátio do Carmo. As batucadas reuniram diversos grupos: mulheres negras, brancas, indígenas, jovens, idosas, LBTQIAP+, trabalhadoras domésticas, mulheres com deficiência, vivendo a fé de diversas formas e que também estavam ali representando as mulheres encarceradas.
Duas pautas urgentes da classe trabalhadora marcaram este 8M. Uma foi a mobilização nacional em defesa do piso salarial da enfermagem, categoria em que mulheres são 85% das enfermeiras, técnicas e auxiliares. Houve atos em diversas cidades pela manhã.
A outra é a greve de professores e professoras municipais, iniciada nesta segunda-feira (7), para que a Prefeitura do Recife cumpra a lei federal que estabelece o piso salarial.
No país em que mais de 50 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza, uma mulher é assassinada a cada duas horas, sendo que 66% delas são negras. São sobretudo as negras os principais alvos da política da perda de direitos e do desemprego.
O Brasil é o campeão mundial em morte materna em decorrência da covid-19, que já vitimou mais de 630 mil pessoas. É o quarto país do mundo que mais mata mulheres cis e número um em assassinato de mulheres trans e travestis – estas têm sofrido uma escalada da violência em Pernambuco desde o ano passado.
Ao final do ato no Recife, as mulheres homenagearam as 37 vítimas de feminicídio em Pernambuco no ano de 2021 e fecharam o 8M dando as mãos numa grande ciranda.
Acesse aqui o manifesto do 8M Recife, com análise de conjuntura assinadas por diversos grupos de mulheres: Rede Autônoma de Travestis e Transexuais de Pernambuco (Ratts), Marcha Mundial das Mulheres, Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, Movimentos Brasileiro de Mulheres Cegas e com Baixa Visão (MBMC), Amotrans, MST, MTST, Secretaria de Mulheres PT, Frente Pernambuco pela Legalização e Descriminalização do Aborto, Renfa, Fórum de Mulheres de Pernambuco, Coletivo de Mulheres da CUT, Coletivo Classista Ana Montenegro (CFCAM-PE), Juventude Operária Cristã (JOC), Liberta Elas, Resistência Feminista, Ameciclo, Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), Cebes e Mulheres da Consulta Popular.
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Vencedora do Prêmio Cristina Tavares com a cobertura do vazamento do petróleo, é jornalista profissional há 12 anos, com foco nos temas de economia, direitos humanos e questões socioambientais. Formada pela UFPE, foi trainee no Estadão, repórter no Jornal do Commercio e editora do PorAqui (startup de jornalismo hiperlocal do Porto Digital). Também foi fellowship da Thomson Reuters Foundation e bolsista do Instituto ClimaInfo. Já colaborou com Agência Pública, Le Monde Diplomatique Brasil, Gênero e Número e Trovão Mídia (podcast). Vamos conversar? raissa.ebrahim@gmail.com