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A prefeitura do Recife optou por não responder aos nossos questionamentos a respeito da contratação da empresa cujos sócios são investigados na Paraíba e Rio Grande do Norte. Compreensível, além do Marco Zero Conteúdo ser um portal recém-nascido, a matéria deixou claro que a denúncia nos foi oferecida por uma vereadora da oposição.
No entanto, só a equipe de comunicação da prefeitura preferiu manter o silêncio. Desde a publicação da reportagem sobre os antecedentes da Mais Vida, o ‘inbox’ ficou repleto de mensagens com links que complementam nossas informações.
Eugênio Pereira Lima Filho, um dos sócios da empresa que aluga ambulâncias para a secretaria de Saúde do Recife, é um nome conhecido também em Alagoas, Piauí e Tocantins.
Em Alagoas, ele tinha duas empresas contratadas pelo Detran local até 2008. Até que o Ministério Público e a Polícia Federal, esses estraga-prazeres, entraram em cena. Uma das empresas de Eugênio era o Centro de Reciclagem e Capacitação Profissional (Cercap), que tinha como sócio Marcos Azevedo Ximenes.
Apesar do nome da pessoa jurídica Cercap dar a impressão de se tratar de uma ONG ou Organização Social, era ela que fazia a digitalização das fotos e das digitais dos candidatos à carteira de motorista. Um dos objetivos da investigação coordenada pelo promotoria da comarca de Satuba, na Região Metropolitana de Maceió, era exatamente a fraude na emissão dos documentos da habilitação.
Ao mesmo tempo, outra empresa em que Eugênio Pereira Lima Filho aparece como sócio, a FDL Fidúcia Documentação, foi denunciada por fraudes no registro da alienação fiduciária de veículos financiados. Oitenta por cento do valor de cada registro ficava nas mãos da empresa e não nos cofres públicos. Na época, a Justiça alagoana estimava que os envolvidos na fraude teriam arrecadado mais de R$ 3,5 milhões por ano.
Onipresente
O Cercap e a Fidúcia FDL também chegaram a manter contratos semelhantes com o Detran do Piauí e foram beneficiadas por seguidos aditamentos sem licitação. Apesar de pesquisa sugerir que, em 2007, a segunda empresa chegou a ser alvo de uma ação por parte do Ministério Público piauiense, a página na internet com o conteúdo que atestaria a existência do processo já não está disponível. Em 2011, a empresa chegou a ser denunciada novamente e teve os contratos cancelados.
Em Tocantins, a FDL era responsável pelos registros dos veículos até janeiro de 2011, mas o contrato de terceirização dos serviços de registro, cadastro, informatização e certificação de documentos de veículos foi suspenso pelo Governo do Estado. Na época, a entidade que representa as concessionárias de veículos recorreu à Justiça contra a cobrança de taxas abusivas pela empresa.
Jornalista e escritor. É o diretor de Conteúdo da MZ.