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Três reportagens da Marco Zero para ler no Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

Marco Zero Conteúdo / 25/07/2019

Crédito: Inês Campelo/MZConteúdo

Em 1992, na República Dominicana, um grupo de mulheres negras organizou o 1º Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas com o propósito de combater o racismo e o machismo sob uma perspectiva que só poderia ser construída por elas. Desse momento, nasceu o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, 25 de julho, que carrega o significado da luta diária das mulheres que vivem na região com os maiores índices de feminicídio do mundo. Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), dos 25 países que têm as taxas mais elevadas, 14 são latino-americanos e caribenhos. Em 2017, o Brasil concentrou 40% dos feminicídios da América Latina.

Aqui, desde 2014, a data representa o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, em homenagem à liderança quilombola que viveu no Mato Grosso do Sul durante o século 18. Tereza chefiou o quilombo Quariterê, logo após a morte do seu marido José Piolho. Fez história criando um parlamento local, organizando a produção de armamento, alimentos e tecidos. Hoje, é inspiração e símbolo de força e luta, assim como Dandara, Luísa Mahin e tantas outras mulheres de resistência. A data dessa quinta-feira (25) é também o mote do Julho das Pretas, uma agenda dos movimentos de mulheres negras da Bahia e do Nordeste, que visa fortalecer organizações do feminismo negro.

Pautar questões étnico-raciais e de gênero é um compromisso da Marco Zero. O combate ao racismo e ao machismo está presente em vários dos nossos conteúdos jornalísticos. Pensando nisso e reafirmando esse posicionamento, selecionamos algumas reportagens para serem lidas neste Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

Confira:

Mulheres negras no poder potencializam a reestruturação da esquerda

Forjadas nos movimentos sociais e nas práticas coletivas de mulheres negras que, de modo ancestral, já praticam o mantra recentemente difundido de não soltar as mãos de ninguém, Mônica Francisco e Áurea Carolina, eleitas deputada estadual pelo Rio de Janeiro e deputada federal por Minas Gerais, respectivamente, são forças políticas que estão reorganizando a esquerda brasileira. As duas se candidataram pelo Psol e constroem não apenas o partido, mas o campo da esquerda a partir de uma visão crítica.

Crédito: Inês Campelo/MZ Conteúdo

Crédito: Inês Campelo/MZ Conteúdo

ENTREVISTA // Juliana Borges: “A radicalidade da transformação da sociedade está no que as mulheres negras estão fazendo”

Radical, segundo o dicionário Michaelis, é aquilo que pertence ou é relativo à raiz. Outros significados disponíveis dão conta daquilo que “pretende reformas absolutas na política, na economia e na sociedade” ou, ainda, “que é seguidor do radicalismo”. Juliana Borges, autora do livro O que é encarceramento em massa – terceiro volume da coleção Feminismos Plurais da editora Letramento – não titubeia ao defender a radicalidade e a urgência do antipunitivismo e antiproibicionismo na sociedade brasileira.

Crédito: Fran Silva/RENFA

Crédito: Fran Silva/RENFA

“Minha existência é política”: o pensamento de uma afro transativista

“Eu sou isso, mas não necessariamente eu vou ser o que você pensa. Isso é quebrar uma história única sobre a travesti”, diz Maria Clara Araújo dos Passos. Estudante do quinto período de Pedagogia da Universidade Federal de Pernambuco, com 22 anos, a afro transfeminista é uma força pensante que se destaca no cenário de jovens ativistas no Brasil. Sua voz projeta a urgência das mulheres trans e travestis de falarem e produzirem conhecimento sobre si mesmas e, ao mesmo tempo, atuarem politicamente para mudar suas vidas.

Crédito: Inês Campelo/MZ Conteúdo

Crédito: Inês Campelo/MZ Conteúdo

 

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Foto Marco Zero Conteúdo
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