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“O Ideb, que não crescia no Recife nos governos do PT anteriores ao meu, não crescia o Ideb do Recife. Infelizmente a gestão do PT não conseguiu fazer o Ideb crescer, mas a gente, com a mudança que fez na educação, o Ideb deu um salto, cresceu bastante e tá no caminho do que aconteceu em Pernambuco com o Ensino Médio.” Geraldo Julio, no dia 21 de outubro, no programa Jornal Maranata, da Rádio Maranata.
Em entrevista nesta sexta-feira (21), o prefeito-candidato Geraldo Júlio (PSB) voltou a falar da posição do Recife no Ideb e sobre o crescimento da capital nesse indicador durante sua gestão. A equipe do Truco Eleições 2016 – projeto de fact-checking da Agência Pública em parceria com a Marco Zero no Recife – já checou essa informação do candidato e comprovou que a informação está distorcida. Por isso, Geraldo Julio recebe o selo “Carta Marcada”, dada para candidatos que repetem informações incorretas que já foram checadas.
Ao contrário do que afirma o prefeito Geraldo Julio, as notas do Ideb cresceram sim durante os governos do PT. Nos anos iniciais do ensino fundamental (5o Ano), a nota passou de 3,2 em 2005 (gestão João Paulo) para 4,1 em 2011, mesma nota de 2009, (gestão João da Costa). Em 2007, 2009 e 2011 (com o PT no governo municipal), Recife cumpriu sempre as metas traçadas para o Ideb do 5o Ano pelo Ministério da Educação. O que não aconteceu em 2013 (primeiro ano da administração Geraldo Julio), embora a nota tenha subido para 4,2. Em 2015, Recife alcançou a sua maior nota histórica com 4,6 e voltou a cumprir a meta do MEC.
No caso dos anos finais do ensino fundamental (9o Ano), a declaração de Geraldo Julio está mais próxima da verdade quando fala da situação do Ideb nos governo do PT, mas ele, por outro lado, omite dados relevantes sobre sua própria gestão. De 2005 até 2011 (governo João Paulo até o governo João da Costa), o Ideb do Recife ficou praticamente estacionado, saindo de 2,8 para 2,9. Sendo que havia caído para 2,5 em 2007. Durante o governo do atual prefeito do PSB o índice subiu de 3,2 em 2013 para 3,5 em 2015. Detalhe: tanto no período petista quanto pessebista, Recife nunca alcançou as metas definidas para o 9o Ano pelo MEC.
Outro ponto questionável da declaração de Geraldo Julio é o de que Recife está seguindo o caminho de Pernambuco no Ideb do Ensino Médio. Se é verdade que as notas do Recife vêm subindo na gestão do atual prefeito, esse desempenho está longe de dar o primeiro lugar nos rankings do ensino fundamental como aconteceu com Pernambuco no caso do Ideb do Ensino Médio. Longe disso, no ranking das capitais para o 5o Ano, o Recife está desde 2013 na décima nona posição. No ranking do 9o Ano, Recife estava em décimo nono lugar e caiu uma posição em 2015 para o vigésimo.
“João Paulo realizou o maior programa de habitação do Recife e entregou 4552 casas e retirou 1864 famílias das palafitas,” na propaganda eleitoral da TV de João Paulo sobre habitação.
O ex-prefeito e candidato João Paulo vem reforçando nos guias eleitorais e em suas redes sociais o discurso de que realizou o maior programa de habitação da história do Recife. Equipe do Truco Eleições 2016 – projeto de fact-checking da Agência Pública em parceria com a Marco Zero no Recife – já checou a declaração e mostrou que não há dados suficientes para que o candidato faça tal afirmação. Por isso, João Paulo recebe o selo “Carta Marcada”, já que vem repetindo dados já checados pelo Truco.
Os dados de entrega de 4.552 casas estão corretos, no entanto não podem servir como parâmetro de comparação entre as gestões de João Paulo e Geraldo Julio, já que um teve oito anos de administração, enquanto o outro teve quatro.
Além disso, é preciso considerar que para questões de habitação existe o “tempo de inércia”, que é o período de planejamento e execução das obras. João Paulo, por isso, entregou a maioria dessas casas em seu segundo mandato enquanto que Geraldo Julio só tem o tempo de uma gestão.
Soma-se a isso o fato de que já foram realizadas outras grandes obras de habitação no Recife, como é o caso das 102 mil habitações construídas entre 1965 e 1986, na vigência do Sistema Financeiro de Habitação.
(Thayná Campos)
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