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Crédito: Elineudo Meira/Fotos Públicas/Arquivo
Mesmo com todos os dados epidemiológicos mostrando que Pernambuco vive o pior momento da pandemia de covid-19, a gestão Paulo Câmara (PSB) vai reabrir as escolas. Além de apostar na mesma estratégia do ano passado de uma retomada gradual e escalonada, o governo diz que seguirá um protocolo que tem como um dos eixos o monitoramento e a comunicação de casos de contaminação. No entanto, em pronunciamento virtual, nesta quarta-feira, 31 de março, o secretário de Educação, Marcelo Barros, não soube responder quantos profissionais e estudantes tiveram diagnóstico positivo para Sars-CoV-2 em um ano de pandemia.
“As escolas monitoram diariamente qualquer caso de suspeita [de contaminação] de estudantes e profissionais. Esses dados são enviados para as 16 Gerências Regionais de Educação, esses dados chegam ao comitê estadual contra a covid-19”, afirmou Barros.
A reportagem da Marco Zero Conteúdo procurou o governo para saber qual o número de profissionais da educação e estudantes que foram infectados pelo coronavírus nos últimos 12 meses. Até a publicação desta matéria nenhuma resposta foi dada, mas caso as informações sejam enviadas o texto será imediatamente atualizado.
O secretário de Saúde, André Longo, confirmou o final da quarentena às 23h59min de quarta-feira, 31 de março, mas advertiu que o impacto de período de maior restrição só deverá ser percebido entre o décimo e o décimo-quarto dia após a retomada.
Cedendo à pressão dos empresários do setor educacional, o Governo de Pernambuco autorizou a retomada das aulas presenciais começando pelas escolas da rede particular. A partir de segunda-feira, 5 de abril, alunos da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental – do 1º ao 5º ano – poderão retornar às salas de aula. O cronograma segue com os anos finais do ensino fundamental – 6º ao 9º anos – e as três séries do ensino médio, a partir do dia 12.
Nas escolas da rede estadual de ensino, onde os alunos naturalmente têm mais dificuldades de acompanhar as aulas remotas, as atividades pedagógicas, de forma presencial, voltarão a partir do dia 19 de abril apenas para o 3º ano do ensino médio, crianças da educação infantil e do 1º ao 5º ano do ensino fundamental.
A partir do dia 26, será a vez do 2º ano do ensino médio e das turmas do 8º e 9º anos do fundamental. Em 3 de maio, retornam os alunos do 1º ano do ensino médio e os do 6º e 7º ano da etapa fundamental.
Para as unidades educacionais de gestão municipal, o retorno poderá ocorrer a partir de 26 de abril, cabendo a cada prefeitura definir seu cronograma e sua metodologia de retomada das aulas presenciais. O ensino superior e as demais atividades pedagógicas que não foram mencionadas serão autorizadas já a partir da próxima segunda-feira.
“A decisão sobre retorno ou não dos estudantes às escolas é das famílias, devendo, portanto, o modelo híbrido ser uma opção para todos”, disse Barros.
Há uma semana, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe) publicou o resultado de um levantamento realizado por meio de visitas a 132 escolas estaduais. Ao todo, foram informados 480 casos positivos de covid-19 tanto entre os profissionais da educação quanto entre os alunos. No entanto, esses números dizem respeito apenas ao período de 23 de fevereiro a 15 de março deste ano. Entre todas as escolas visitadas pela equipe do sindicato, 122 registraram algum caso da doença. Até 18 de março, 750 escolas estavam funcionando.
O relatório, porém, foi contestado pela secretaria estadual de Educação, que apontou inconsistência na contagem dos casos de uma das escolas, que teria seis casos a menos do que o informado. Mesmo diante da pequena discrepância, percentualmente irrelevante, o Sintepe decidiu realizar nova contagem, mas alertou em nota que “o número de casos é bem maior que o total levantado neste relatório”, pois foram identificadas escolas que relataram casos, mas que não souberam dizer a quantidade exata.
De acordo com a diretoria do sindicato, na maioria das vezes em que um caso de covid foi confirmado entre profissionais ou estudantes, a escola continuou funcionando: “em 80,4% dos casos as aulas na escola continuaram e em 19,6% dos casos a escola fechou.
Esta reportagem é uma produção do Programa de Diversidade nas Redações, realizado pela Énois – Laboratório de Jornalismo Representativo, com o apoio do Google News Initiative”.
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Jornalista formado pela Unicap e mestrando em jornalismo pela UFPB. Atuou como repórter no Diario de Pernambuco e Folha de Pernambuco. Foi trainee e correspondente da Folha de S.Paulo, correspondente do Estadão, colaborador do UOL e da Veja, além de assessor de imprensa. Vamos contar novas histórias? Manda a tua para klebernunes.marcozero@gmail.com