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Crédito: Governo de PE
Enquanto os holofotes estão voltados para a CPI da Pandemia, em Brasília, os números da covid-19 seguem assustadores em Pernambuco. No momento em que esse texto era escrito, 248 pacientes aguardavam na fila de UTI. Os boletins oficiais registravam 3.969 novos casos, 66 mortes e pessoas com sintomas comuns à infecção por Sars-CoV-2 perambulavam em busca de atendimento nas Upas lotadas. Diante desse quadro, especialistas não se furtam em falar que estamos vivendo o pior momento da crise sanitária. Em uma situação tão grave, o que faz o governo do estado? Vai quase que cotidianamente a público falar em “estabilidade” e repetir que as coisas estão controladas, negando a necessidade de medidas restritivas mais efetivas.
Destaquei a palavranegandoporque ela me parece a mais apropriada para sintetizar a atuação do governo de Pernambuco. Acredito que podemos afirmar, baseado em fatos, que a atitude das autoridades estatuais é negacionista. Chegou o momento (ou já passou dele) de questionar francamente: o que difere, essencialmente, a condução que nosso governo tem dado ao combate à pandemia da feita por Bolsonaro? Além de um discurso menos tosco e de nossas autoridades usarem máscara, a prática e os resultados efetivos estão bem próximos.
Quem realmente dita a política sanitária, que mantém quase tudo aberto no estado? Qual o limite para se decretar um lockdown? Quando o sistema de saúde será considerado em colapso? Não ficou claro que só abrir UTIs não é suficiente? Essas e tantas outras peguntas precisariam ser respondidas de forma objetiva. No combate à pandemia é fundamental uma comunicação clara com a população.
Salvar vidas tem que ser o ponto central das ações do governo, mesmo que para isso seja preciso tomar medidas que desagradem empresários ou quem quer que seja. Falta vacina e apoio federal. Mas também falta coragem.
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Sérgio Miguel Buarque é Coordenador Executivo da Marco Zero Conteúdo. Formado em jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco, trabalhou no Diario de Pernambuco entre 1998 e 2014. Começou a carreira como repórter da editoria de Esportes onde, em 2002, passou a ser editor-assistente. Ocupou ainda os cargos de editor-executivo (2007 a 2014) e de editor de Política (2004 a 2007). Em 2011, concluiu o curso Master em Jornalismo Digital pelo Instituto Internacional de Ciências Sociais.